5 motivos para você desistir de um carro usado antes de se arrepender

Quem pretende comprar um carro novo deve saber que vai precisar desembolsar cerca de R$ 70 mil. Isso se estiver considerando os modelos mais baratos do mercado, como Fiat Mobi e Renault Kwid.

Se a ideia for levar para casa um automóvel que tenha câmbio automático, pode acrescentar mais uns R$ 25 mil no orçamento, no mínimo.

Pois é, caro leitor, carro novo nunca foi barato no Brasil, mas hoje está cada vez mais distante da realidade financeira da maioria.

Isso é boa notícia para o mercado de usados, o único capaz de atender a gigantesca demanda de brasileiros que só podem comprar veículos abaixo dos R$ 70 mil.

Ainda bem que não faltam boas opções.

Porém, muitos não sabem vistoriar um carro usado corretamente para poder saber se estão fazendo uma boa compra.

Na coluna de hoje, eu vou ajudar, listando alguns pontos importantes que precisam ser considerados e podem fazer você desistir da compra.

1 – Radiador abastecido somente com água

Um dos pontos mais críticos de carros usados, principalmente aqueles com idade e quilometragens avançadas, é o sistema de arrefecimento.

Eu me impressiono com a falta de atenção na manutenção desse sistema, que é das mais baratas.

Basta aparecer o primeiro problema, como um vazamento, para que o motorista opte por apenas completar o reservatório com água pura.

Com o tempo, o líquido original, que é uma mistura de água desmineralizada com aditivo, vira apenas água.

Essa água pura é como um câncer para o motor, pois vai corroendo as galerias por onde passa, além de enferrujar componentes como bomba d’água e válvula termostática.

Sendo assim, caso se depare com um reservatório preenchido apenas com água, evite a compra do carro.

Você pode até pensar que basta tirar essa água pura e adicionar a mistura correta, mas os estragos que ela pode ter feito continuarão lá, e a conta do reparo nunca é pequena.

2 – Pneus remoldados

Eu já tive pneus remoldados no meu primeiro carro.

Caso o leitor não saiba, são pneus usados, já no fim da vida, que recebem uma nova camada de borracha.

São melhores do que andar com pneus carecas, sem dúvida, mas estão longe de ser a melhor opção.

Quando usei esses pneus, não gostei da experiência. Apresentaram desgaste rapidamente, de maneira bem irregular, sem contar o surgimento bolhas com muita facilidade.

Jamais transmitiram a mesma segurança de pneus novos, e eu nunca mais voltei a usá-los.

Hoje, quando vejo um carro usado com pneus remoldados, fico com a percepção de que o carro foi utilizado por alguém sem condições de mantê-lo como se deve.

Se o dono economizou nos pneus, é provável que tenha economizado da escolha do óleo lubrificante, além de ter abastecido com combustível adulterado e recorrido a peças de reposição de baixa qualidade.

Para saber se o pneu é remoldado, basta observar a presença da palavra “remold”, ou mesmo “remoldado” em sua lateral.

3 – Sem livreto de manutenção

O manual do proprietário é composto por alguns livretos, sendo que um deles é o do cronograma de manutenção, com o espaço para anotar e carimbar as revisões feitas ao longo do tempo – sejam elas realizadas em concessionária ou em oficina independente.

Ocorre que esse livreto das manutenções parece ter pernas próprias.

É impressionante como eles somem, desaparecem, evaporam.

Pode parecer bobagem a ausência desse livreto, mas ela é um forte indício de adulteração de quilometragem.

Como um “dedo-duro”, ele apresenta aquilo que o vendedor talvez não queira mostrar, como um registro de manutenção com quilometragem superior àquela que está no painel.

Sendo assim, recomendo que você verifique o manual com atenção, e suspeite dos casos sem o livreto de manutenção.

4 – Borra de óleo

Em uma vistoria de carro usado, a análise visual é muito importante.

Como nem sempre o carro está em um ambiente de oficina, não será possível desmontar peças para melhor avaliação – portanto, você tem de trabalhar com aquilo que está disponível.

Para você ter uma ideia de como está a parte interna do motor, a dica é verificar o acesso utilizado para colocar o óleo lubrificante.

Com o auxílio de uma lanterna, é possível ter uma noção se as peças estão apenas com aquele filme de óleo em volta delas ou se apresentam pedaços mais sólidos do óleo – algo que chamamos de borra.

Se estiver com borra naquele pequeno espaço da tampa de óleo, é sinal de que o motor inteiro está com essa borra, e isso não é um bom sinal.

Esse é um forte indício de que o óleo utilizado nesse motor não é o recomendado pelo fabricante

Outra possibilidade é de que os intervalos das trocas não tenham sido respeitados. É melhor descartar um carro assim.

5 – Luz de anomalia acesa

Muita atenção para as luzes do painel de instrumentos.

Algumas delas se acendem no momento da partida, mas devem se apagar logo após a ignição do motor.

Como é um processo muito rápido, vale a pena utilizar o celular no modo vídeo para gravar e depois assistir várias vezes, até ter certeza de quais luzes se acenderam.

Luzes importantes como,as de pressão do óleo, airbags, freios ABS, injeção eletrônica e controle de estabilidade podem ser desconectadas propositalmente pelo vendedor, para não acusarem falhas em um desses sistemas.

Porém, se estiverem funcionando perfeitamente, mas não se apagarem, a boa notícia é que o vendedor não está querendo enganar ninguém

Contudo, a má notícia é de que o carro tem problemas. Se o interesse por ele for grande, recomendo que você só feche o negócio depois da certeza do diagnóstico para arrumar um desses problemas.

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