
Apresentador da Record terá que pagar R$ 100 mil após fakenews durante Balanço Geral
O apresentador Eleandro Passaia e a Record foram condenados a pagar uma indenização de R$ 100 mil a uma empresa que foi alvo de uma notícia falsa em abril de 2023.
Na ocasião, durante uma reportagem que tratava sobre queixas de condôminos contra a administradora Villa Nova Assessoria Condominial, Passaia disse que a empresa estava na “mira da polícia”, informação que não era verdadeira.
“O sonho da casa própria vira pesadelo aqui em São Paulo. Nós vamos falar de uma outra administradora que infelizmente está na mira da polícia”, afirmou, durante o programa Balanço Geral Manhã.
“Sabe aquela administradora que o síndico contrata para manter as contas em dia, para fazer os pagamentos, para fazer uma gestão competente? Tem gente que já comprou a casa própria, corre o risco de ter água cortada, energia do condomínio cortada também, tudo porque tem administradora que pega o dinheiro do condomínio, mas está fazendo o que com a grana? Isso é sério, hein!”
Inconformada, a empresa processou o apresentador e a emissora afirmando que a reportagem fora divulgada sem qualquer embasamento.
“As acusações são graves. Lançamos o desafio para o apresentador e a emissora: qual inquérito policial atualmente existe na qual a empresa figura como investigada?”, perguntou à Justiça o advogado Gustavo Bassetto, que a representa.
“É um absurdo crer que uma emissora das proporções da requerida não tenha o mínimo de cuidado para veicular notícias irreais como as veiculadas”, declarou no processo.
Passaia, que deixou a Record em junho do ano passado e retornou nesta semana, disse na defesa apresentada à Justiça que não citou o nome da administradora, e que apenas “fez uma explanação dos fatos sem intenção de prejudicar ou macular a honra da empresa”.
Disse que a afirmação de que a empresa estava “na mira da polícia” era baseada em informações que lhe teriam sido prestadas por jornalistas que trabalharam como produtores da reportagem. Ele disse à Justiça não saber identificar o nome desses produtores.
“A reportagem foi estritamente profissional, precisa e objetiva e sem qualquer intenção de ofender”, declarou a Record no processo. “A matéria abordou fato verídico, devidamente apurado e de inegável interesse público.”
O juiz Lincoln de Moura não aceitou a argumentação.
“Não houve a apresentação de nenhum elemento de prova referente à existência de inquérito policial ou de qualquer outra providência que pudesse embasar a notícia [de que a administradora estava na mira da polícia]”, declarou o juiz na decisão.
“É necessário reconhecer que os fatos evidenciam grave prejuízo à honra objetiva da administradora”, afirmou na sentença em que condenou o apresentador e a Record ao pagamento de uma indenização de R$ 100 mil, valor que será ainda acrescido de juros e correção monetária.
Passaia e a Record ainda podem recorrer.