BALA PERFUROU COLETE: Policial militar se salva após tiro atingir celular

Um dos policiais da viatura alvejada por criminosos durante tentativa de assalto em Guarapuava (PR) só não foi ferido porque um tiro – mesmo sendo de fuzil – foi contido pelo colete a prova de balas e pelo celular que estava dentro da farda. A história foi revelada por Anne Wendler, filha do cabo Wendler, em suas redes sociais.

Anne publicou um vídeo que mostra o celular do pai totalmente destruído após a noite de terror na cidade paranaense.

Ela também publicou fotos do colete a prova de balas. “Foi um milagre mesmo. É Deus, não tem outra explicação”, afirmou nas redes. “A sensação de poder ir ver meu pai e dar um abraço apertado nele, não tem preço”.

Outros dois policiais que estavam com Wendler na viatura se feriram. Anne também publicou imagens da viatura. É possível ver os buracos de bala na lateria do veículo.

Um deles, o PM Ricieri Chagas, foi ferido na cabeça e está internado. Wendler, inclusive, foi quem levou o colega até o hospital.

“Ele é um herói. Além de sair dessa, ele foi ajudar os companheiros que, infelizmente, foram baleados. Estamos orando e torcendo por eles, pela família toda deles. Vai ficar tudo bem”, acrescentou Anne.

Entenda a ação dos bandidos

A quadrilha, com cerca de 30 criminosos, invadiu a região central da cidade em, ao menos, sete carros blindados. Enquanto um grupo atacava a Proforte, empresa de transporte de valores, outro atirava contra o batalhão de polícia.

Dois veículos foram incendiados em frente à unidade para dificultar a saída dos policiais. Outros dois veículos foram queimados na rodovia BR-277, que dá acesso à cidade, segundo o Corpo de Bombeiros.

Moradores que estavam nas ruas foram tomados como reféns. Um grupo deles foi obrigado a formar um cordão humano para coibir a ação da polícia. Moradores relataram que os bandidos atiraram contra postes e transformadores de energia para deixar a cidade às escuras.

Conforme o comandante do 16º Batalhão, coronel Joas Marcos Carneiro Lins, a ação durou cerca de três horas e o alvo era a empresa Proforte, que não chegou a ser roubada. Segundo ele, os criminosos fugiram sem conseguir executar o assalto que tinham planejado.

O coronel afirma que houve dois confrontos com os criminosos em fuga e alguns deles podem ter sido feridos. Às 8h45, o cerco aos assaltantes continuava nas áreas rurais, com apoio da PM de cidades vizinhas. Viaturas do Exército também circulavam pela região, mas não havia informações sobre a prisão de suspeitos.

Novo cangaço

O episódio tem sido comparado ao mega-assalto a um banco de Criciúma, em Santa Catarina, quando cerca de 30 homens com fuzis bloquearam as ruas da cidade, fizeram reféns, incendiaram veículos e roubaram R$ 125 milhões. Esse crime ocorreu em novembro de 2020. Já em agosto do ano passado, um ataque a bancos em Araçatuba, no interior paulista, teve reféns amarrados em carros – usados pelos bandidos como “escudos humanos”. A ação terminou com três mortos.

A ação de quadrilhas especializadas em grandes assaltos é conhecida nos meios policiais como “novo cangaço”. O termo faz referência aos bandos itinerantes que atacavam quartéis e roubavam instituições financeiras em pequenas cidades do sertão nordestino, entre os séculos 19 e 20.

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