Bolsonaro autoriza, e governo faz campanha por distanciamento e máscara

Após autorização dada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o Palácio do Planalto promove campanha a favor do uso da máscara de proteção facial e pelo distanciamento social. Trata-se de uma nova fase dentro da campanha divulgada pelo Ministério da Saúde. As mensagens foram publicadas em perfis oficiais do Planalto no Twitter e no Facebook.

“Mesmo com a vacinação contra a covid-19 avançando cada vez mais, é muito importante continuarmos cuidando uns dos outros. Por isso, lave sempre as mãos com água e sabão ou utilize álcool em gel, evite aglomerações, mantenha o distanciamento e use máscara”, diz uma das mensagens nas redes sociais.

Em seguida, o perfil do Planalto diz: “Contra a covid-19, o cuidado é de cada um. A responsabilidade é de todos. Brasil unido”, escreve, acrescentando a hashtag ‘Pátria Vacinada’.

A nova campanha já vinha sendo preparada antes mesmo da chegada do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, à pasta, mas ela não avançava justamente pela resistência do presidente da República.

O novo ministro, porém, insistiu, inclusive publicamente, afirmando que “daria o exemplo” e defenderia o uso de máscara e de medidas de distanciamento.

Segundo fontes do governo, nos últimos dias, Bolsonaro percebeu que precisava ajustar o seu discurso e autorizou a nova campanha.

Há receio entre fontes ligadas ao Ministério da Saúde de que o presidente (como é de costume) volte atrás em algum posicionamento e isso acabe gerando insatisfação com Queiroga, que é o quarto titular da Saúde no governo Bolsonaro.

Até agora, a Saúde já gastou cerca de R$ 50 milhões em publicidade. Os números da nova campanha ainda não foram divulgados. Além das redes sociais, estão programadas inserções publicitárias em rádio e televisão com o mesmo foco.

Crítico ao uso de máscara

Em fevereiro, quando o Brasil registrara o maior número de mortos em decorrência da covid-19, até então, Bolsonaro optou por questionar o uso de máscaras e o isolamento social — ambos comprovadamente eficazes e recomendados por autoridades sanitárias para conter a disseminação da doença.

Citando um suposto estudo feito na Alemanha, sem dizer qual, Bolsonaro afirmou que as máscaras são “prejudiciais” às crianças, causando irritabilidade, dor de cabeça e dificuldade de concentração, por exemplo. O presidente evitou entrar em detalhes porque, segundo ele, “tudo deságua em crítica sobre mim”, mas afirmou ter sua própria “opinião” sobre o equipamento de proteção.

“Começam a aparecer os efeitos colaterais das máscaras”, disse, depois de listar uma série de problemas supostamente causados pelas máscaras. “Eu tenho minha opinião sobre as máscaras, cada um tem a sua, mas a gente aguarda um estudo sobre isso feito por pessoas competentes”, disse ele, durante a sua live semanal, na ocasião.

Em entrevista à CNN, nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar que seria criticado novamente já que não estava usando a máscara.

Dentre as principais orientações, o uso da máscara facial é essencial, principalmente em ambientes fechados. Já foi comprovado que a utilização do acessório é essencial para retardar a contaminação em massa.

O uso de máscaras só não é recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para crianças abaixo de 5 anos, segundo orientações publicadas em agosto do ano passado. Já a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) não indica o uso da proteção para menores de 2 anos, por risco de sufocamento.

Governos de vários estados do Brasil têm tomado medidas para aumentar o distanciamento social na tentativa de limitar a disseminação do coronavírus. Quanto menor o contato social, menor a chance de contaminação.

Mortos por covid-19

O Brasil registrou ontem 4.190 mortos em decorrência da covid-19, fazendo deste o segundo dia mais mortal desde o início da pandemia. O recorde foi registrado na terça-feira (6), com 4.211 óbitos.

Com isso, o Brasil chegou a um total de 345.287 mortes desde o começo da pandemia. Os dados foram obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, junto às secretarias estaduais de Saúde.

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