Bolsonaro cobra propaganda antivacina de Queiroga e volta a atacar a imunização de crianças

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira 12 que está cobrando do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que sua pasta faça uma propaganda antivacina, divulgando dados, sem comprovação, de efeitos adversos e mortes que estariam sendo atribuídas à imunização contra a Covid-19.

“Eu cobrei ontem do ministro Queiroga a divulgação das pessoas com efeito colateral. Quantas pessoas estão tendo reações adversas no Brasil pós-vacina? Quantas pessoas estão morrendo por outras causas e estão sendo creditadas ao Covid?”, disse em entrevista ao canal bolsonarista Gazeta do Brasil.

O presidente usou boa parte do tempo para criticar a imunização de crianças entre 5 e 11 anos. Na conversa, repetiu a sugestão de que as mortes de mais de 300 crianças não justificariam a imunização. Para defender seu ponto, insinuou que o número de mortes infantis estaria sendo superdimensionado por governadores para obterem recursos para seus estados.

“Quantas crianças de 5 a 11 anos morreram de Covid? É quase zero, número bastante pequeno. Esse número pequeno é de criança com comorbidade e ainda acontecia que chegava uma criança ou adulto com traumatismo craniano por um acidente no hospital, quase instantaneamente ele era colocado com Covid também, porque nos estados um governador ganhava 2 mil por ser Covid. Essas verdades você é criticado quando fala”, repetindo uma tese conspiracionista do início da pandemia no Brasil.

O ex-capitão ainda voltou a defender o ineficaz tratamento precoce e a imunidade de rebanho. Na entrevista, criticou governadores e prefeitos que voltaram a impor medidas restritivas para conter o avanço da nova variante Ômicron.

“Se [as novas medidas tomadas por estados] forem ao exemplo daquelas medidas que já tivemos no Brasil, seria um segundo lockdown. A economia não aguenta, o Brasil vai quebrar”, disse, em tom fatalista.

Ao canal bolsonarista, o presidente também tornou a mentir sobre o Brasil ter sido o país que menos sofreu efeitos na economia por consequência da pandemia e sobre seu governo ter defendido um Auxílio Emergencial de 600 reais. É público que a proposta do governo previa um benefício de 150 reais e o valor só foi alterado por atuação da oposição no Congresso Federal.

“Foi uma briga junto ao Parlamento, foi um leilão, até que o último lance foi nosso, de 600 reais. Então, nós fizemos nossa parte.”

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