CARROS E AREIA: por que levar veículo para praia pode terminar muito mal
O potencial de prejuízo aumenta cada vez que o condutor leva seu veículo mais longe na praia e por mais tempo. A areia da praia já pode ser bem danosa para os componentes do carro. Imagina só o sal e a água do mar, então?
Entrevistamos Alexandre Barros Pinho, dono da oficina mecânica e funilaria WTC Express, que explica os diferentes níveis de exposição do carro aos riscos da praia. Abordamos casos como uma simples passagem pela areia, até respingos de água salgada, atolamentos e até o caso mais extremo, que é o de chafurdar o carro no mar.
“Toda a vez que se passa pela areia da praia, que já contém sal, é importante ter em mente que você pode acabar riscando os discos de freio pela aspereza dos grãos. O acúmulo de areia em determinados cantos da lataria pode levar ao enferrujamento dessas partes no médio prazo”, afirma.
“Já em uma situação onde se atola o carro, dependendo do grau, pode haver complicações em presilhas dos pára-choques e do pára-lamas. Não é incomum que algumas peças que compõem essas partes cheguem a ser arrancadas no momento em que o carro fica encalhado, levando à necessidade de reparos”, complementa Alexandre.
“Importante é não forçar muito o veículo e esperar alguém ajudar a rebocar. Sempre procure pelos ganchos atrás ou embaixo dos pára-choques para amarrar uma corda ou um cabo, nunca prenda em outras partes do carro”, conclui.
Pior parte da praia para os carros
Agora, Alexandre comenta sobre a água salgada, que tem o maior potencial de danos para o carro. O especialista comenta que carros expostos à maresia por um tempo mais prolongado já correm altos riscos de enferrujar partes da lataria. Então já deve dar para imaginar quando o sal adentra de forma incisiva, através da água do mar.
“Água é algo que é sempre bom evitar. Salgada então, ainda mais. O primeiro componente que sofre é o rolamento das rodas, que tem uma vedação, mas se deteriora antecipadamente quando a água consegue entrar. Isso também ocorre com as borrachas também atingidas pelo sal”, explica.
“Se passar por local com água salgada, é importantíssimo fazer uma lavagem em toda a parte de baixo do carro, pois qualquer resíduo vai se acumular nas saliências das peças e do assoalho, iniciando o processo de corrosão. Já vi muitos carros com ferrugem nos faróis, pára-choques e painel dianteiro, por causa disso”, alerta Alexandre.
O pior caso seria, sem dúvida alguma, o abuso da sensatez, que levaria alguém a mergulhar o carro no mar. Mas acredite: isso acontece por aí, por incrível que pareça.
“A lógica passa a ser a mesma da enchente, só que somando tudo o que a gente já citou. Se a água passar da metade dos pneus, desligue o carro ou não dê a partida, até que o nível dela diminua. Qualquer oscilação para além do nível das rodas significa alto risco de calço hidráulico, quando o motor está em funcionamento”, finaliza.
Em resumo:
- Risco de corrosão
- Possibilidade de danos aos discos de freio, rolamentos de roda e borrachas
- Chance de quebra de componentes do pára-lamas e dos pára-choques
- Necessário sempre lavar em baixo do carro, depois de ir à praia
- Mergulhar o carro com o motor ligado pode dar calço hidráulico