
COLHENDO O QUE PLANTOU: João Almeida tenta emplacar narrativa de perseguido após sequência de derrotas na Câmara de João Pessoa
O vereador João Almeida (PDT) parece não entender o básico da democracia: quando se perde, se aceita e segue em frente. Mas não é o que ele tem feito desde que decidiu, à revelia da vontade do prefeito Cícero Lucena (PP) e do grupo político ao qual pertence, disputar a presidência da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP).
A derrota deveria ter servido como um choque de realidade, mas, em vez disso, o vereador optou por levar a questão à Justiça, ignorando a soberania do voto da maioria dos parlamentares. Como se não bastasse, ao perder também no campo judicial, ele ainda se faz de vítima e reclama que não foi contemplado em comissões da Câmara. O que ele esperava? Ser premiado com a presidência da CCJ ou com um assento privilegiado nas comissões mais importantes? O mundo político não é um conto de fadas onde quem causa confusão e desrespeita acordos recebe um tapete vermelho e um “muito obrigado”.
A verdade é que João Almeida colhe agora o que plantou. Se hoje se sente escanteado, isolado, é porque passou meses criando instabilidade dentro da própria base governista e desrespeitando lideranças. Não bastasse sua atitude hostil na eleição da mesa diretora, ele também desconsiderou completamente o jogo político na janela partidária. Nos minutos finais, se filiou ao PDT quebrando um acordo que previa uma chapa enxuta, formada por Marcos Vinícius e o ex-vereador Junio Leandro. Dezenas de candidatos menores do partido investiram tudo em suas campanhas contando com uma disputa equilibrada, mas Almeida, movido por motivos pessoais, atropelou o planejamento coletivo, frustrando o sonho de vários postulantes.
Agora, diante de seu isolamento, o vereador tenta posar de injustiçado e critica a distribuição das comissões da CMJP. Ele esquece que o presidente Dinho Dowsley (PSD) agiu conforme o Regimento Interno e que a própria Casa tem autonomia para definir seus rumos. A tentativa de tumultuar o processo apenas reforça a imagem de um político egocêntrico que não sabe perder. E que, ao final, se torna cada vez mais irrelevante.
A verdade é que João Almeida não foi traído, não foi injustiçado, não foi perseguido. Ele simplesmente recebeu de volta a mesma moeda que distribuiu aos outros. Se ele quiser recuperar algum respeito dentro da política pessoense, precisa abandonar essa postura infantilizada e começar a agir como um vereador que entende as regras do jogo.