Muito próximo de RC, radialista alvo da Operação da PF na Calvário levava vida de luxo e ninguém sabia de onde vinha tanto dinheiro

Mais de quatro anos após a primeira fase da Operação Calvário, a Polícia Federal e o GAECO ainda destrincham a extensão dos tentáculos do maior esquema de corrupção da história da Paraíba, onde recursos destinados a todos os paraibanos em áreas vitais como Saúde e Educação foram surrupiados para enriquecimento ilícito de alguns poucos privilegiados do extinto ‘coletivo Girassol’.

Desta vez, apareceu na história o nome de um personagem novo: o radialista e publicitário paraibano Elton Santana, que levava uma vida de playboy e muitos de nós nos perguntávamos de onde saía o dinheiro que bancava esse ‘lifestyle’ regado de viagens, passeios de iate e tudo de bom e do melhor que a vida tem a oferecer.

De acordo com a Polícia Federal, que realizou mandado de busca a apreensão na casa de Elton no âmbito da Operação Terceira Estação (uma das 14 que Jesus percorreu até o Monte Calvário), ele foi intermediário de negociações fraudulentas em 2017 entre a Secretaria de Educação, na época sob titularidade de Aléssio Trindade, outro alvo da PF, e empresas que venderam mobiliário escolar no valor de R$ 13.715.712,00 entre os anos de 2017 e 2018. Em troca, teria levado vantagens financeiras fazendo a ponte entre o governo e a empresa.

Elton já passou por emissoras de rádio consagradas da Paraíba como: a antiga Clube FM, e as rádios Arapuan e Sanhauá, mas foi mesmo no governo de Ricardo, a quem era muito próximo, que ele se encontrou trabalhando como mestre de cerimônia e chegando a fazer, inclusive, locução da campanha do ex-governador. A sua lealdade ao grupo girassol lhe rendeu, em 2014, um cargo no gabinete do governador e tinha livre trânsito em secretarias do Governo do Estado.

Ele também era figurinha carimbada em programas televisivos como os da TV Master, onde sempre era convidado para fazer entrevistas para Ricardo. Lá, era assim: ele ajeitava a bola, Ricardo matava no peito e fazia o gol.

Infelizmente para nós jornalistas, mais um que esqueceu do seu papel fundamental para o funcionamento da sociedade como contrapeso das formas tradicionais de poder, incluindo a política institucionalizada, principalmente, e passou a fazer o papel de serviçal do poder.

 

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