Completamente esquecido da vida pública, Milanez Neto usa debate da mudança do nome da Capital para ganhar holofotes

Com um mandato completamente apagado na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), o vereador Milanez Neto arrumou um jeito de ganhar mídia. Não pelo seu trabalho legislativo, obviamente.

É que, vendo a polêmica em torno da discussão sobre a mudança do nome de João Pessoa, ele, que é sobrinho-neto do ex-governador da Paraíba que hoje dá nome à Capital, escreveu um texto raivoso chamando de estúpido e desconhecedor da história quem apoia que se faça um debate sobre o assunto.

Mas, o que tem a ver uma coisa com a outra? O que o papel de João Pessoa na Revolução de 1930 tem a ver com o debate sobre o nome da cidade ser o mesmo que o dele ou não? Ele poderia ter sido o maior estadista da história da política brasileira e, mesmo assim, não invalidaria que pessoas não quisessem que o lugar onde vivem tenha o nome de uma pessoa, seja ela uma anônima ou um grande político da história. E qual é o problema nisso? Quem não concorda é estúpido ou não estudou história? Menos, muito menos Milanez Neto.

Aliás, o debate sobre quem foi João Pessoa é longe de ser consensual. Há também vertentes de historiadores que apontam nele uma figura tirana, inescrupulosa e sanguinária. E a sua morte, que serviu de mártir para a Revolução e para a mudança do nome da cidade, antes Parahyba, também não tem lá muita glória. Foi assassinado por um rival político, João Dantas, porquê, dentre outras razões, usou o Jornal A União para publicar cartas íntimas de seu opositor e a sua amada. Pouco republicano, não acham?

O que tem de errado se a sociedade pessoense, e paraibana como um todo, quiser discutir uma mudança de nome? Por que não Jampa, por exemplo, como somos chamados carinhosamente pelo Brasil afora? Ou mesmo voltar a ser Parahyba, nome do principal rio do nosso estado que foi batizado assim pelos índios potiguaras?

Mas, é compreensível que Milanez Neto, uma figura completamente apática e esquecida do debate público se apegue com tanta força a essa ideia ultrapassada de que lugares devem ter nome de pessoas. Afinal, ele só chegou onde chegou por causa de um sobrenome.

 

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