Emprego, dólar e bolsa de valores: o que o megaleilão do pré-sal pode mudar no seu dia a dia

Que é um valor astronômico (mais de R$ 100 bilhões) que quase nenhum brasileiro saberia como usar isso é fato, mas o que muitos não sabem é como o megaleilão do pré-sal vai impactar na prática no dia a dia do brasileiro. Calma que a gente vai explicar nessa matéria.

Primeiro, é preciso entender do que se trata essa negociação. Em 2010, o governo concedeu à Petrobras o direito de produzir 5 bilhões de barris em áreas do pré-sal (uma camada de rochas que fica abaixo de uma camada de sal, ou seja, em áreas muito profundas do oceano).

A concessão, no entanto, era apenas para os 5 bilhões de barris negociados inicialmente. Portanto, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) decidiu leiloar o restante para empresas que queiram explorar essa área, incluindo a Petrobras, que pode aumentar seu direito de exploração.

Um dos principais beneficiados nesse leilão é o governo. Isso porque todo o petróleo que existe no subsolo pertence à União. Portanto, grande parte do dinheiro que as empresas vencedoras pagarão no leilão vai para o governo, mas para aprovar a venda, a União teve de fazer concessões e os R$ 106,5 bilhões vão ser divididos entre estados, Distrito Federal, municípios e a própria União.

Como muitos estados e municípios do país estão com problemas financeiros, esse dinheiro poderia ajudar a “desafogar” as contas públicas e melhorar a economia. O mesmo acontece com a União.

Pensando pelo lado dos cidadãos, uma das consequências desse leilão pode ser a queda do dólar, segundo André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Ele explica que caso empresas estrangeiras adquiram os direitos de exploração do pré-sal o pagamento que elas farão à União será em dólar. Isso aumenta as reservas da moeda norte-americana no país. Consequentemente, o real se torna mais forte e o preço do dólar cai. Outra consequência será, é claro, na bolsa de valores.

Mas não é só nas ações da Petrobras que os investidores devem ficar de olho. Apesar de os especialistas não acreditarem que uma empresa brasileira vá entrar no leilão, companhias de outros setores também podem sair ganhando.

“Empresas brasileiras de infraestrutura, logística e fornecimento de suprimentos, não só para as plataformas, como para as estações de trabalho também podem ter uma valorização”, afirma Abertman, da Ativa.

De modo geral, os especialistas acreditam que o leilão será uma “injeção de ânimo para a economia e bolsa brasileiras”. ” Acho que é uma forma de levantar o astral. É uma riqueza extraordinária que temos e que de alguma maneira vai nos ajudar nesse momento adverso que o país está passando”, afirma Espirito Santo, da Órama.

Da redação com informações do O Globo

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