Esposa de Dom Phillips diz que corpos de marido e de indigenista foram encontrados
A dupla desapareceu nas terras indígenas do Vale do Javari no domingo 5. Os dois foram vistos pela última vez quando saíam da comunidade de São Rafael, rumo a Atalaia do Norte.
Segundo Alessandra Sampaio, a PF lhe confirmou a localização de dois corpos, mas afirmou que precisavam ser periciados para que a identificação pudesse ser feita. A Embaixada Britânica, segundo Alessandra, que já havia comunicado aos irmãos de Dom Phillips a localização dos corpos do jornalista e do indigenista, confirmou a informação da PF.
No domingo 12, pertences de Bruno e Dom foram encontrados amarrados em troncos, em área de igapó.
Segundo lideranças indígenas locais, o indigenista sofria diversas ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores devido ao trabalho que fazia no local.
“Enfatizamos que na semana do desaparecimento, conforme relatos dos colaboradores da Univaja, a equipe [Bruno e Phillips] recebeu ameaças em campo. A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da Univaja, além de outros relatos já oficializados para a Policia Federal, ao Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International”, destacou a entidade em nota.
A dupla realizava uma expedição para coleta de informações para a elaboração de um livro sobre meio ambiente.
O desaparecimento dos dois causou comoção mundial, pressionando o governo brasileiro a reforçar os esforços para a localização de Dom e Bruno.
Em resposta, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que os dois haviam “entrado em uma aventura” e haviam sido possivelmente executados.
Nesta segunda, o ex-capitão preferiu direcionar críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso a enviar condolências às famílias.
“Indícios levam a crer que foi feita alguma maldade com eles. Dispensável que o senhor Barroso, dono da verdade, dar cinco dias para o presidente explicar ou achar esses dois que desapareceram. Agora, dizer ao Barroso, são dezenas de pessoas que desaparecem por ano e ele se preocupa apenas com esses dois. Nós nos preocupamos com todos que desaparecem no Brasil”, afirmou.