Estudos relacionam tipos sanguíneos à gravidade da covid-19

Estudos em universidades, na Europa e na China, apontaram que distintas reações imunológicas em cada pessoa contaminada pelo coronavírus são em grande parte relacionadas a questões genéticas.

As características genéticas, apontaram que pessoas com sangue tipo A tenderiam a ser mais vulneráveis à doença, e pessoas com o tipo sanguíneo O, podem ser menos suscetíveis ao novo coronavírus.

Em referência ao estudo publicado no The New England Journal of Medicine, comandado pelos professores Andre Franke, da Universidade Christian-Albrecht de Kiel, na Alemanha, e Tom Karlsen, do Hospital Universidade de Oslo, na Noruegao, o infectologista Renato Kfouri, ex-presidente e atual primeiro-secretário da Sociedade Brasileira de Imunizações, diz que não é o tipo sanguíneo o fator determinante para a propensão ou não em se contrair a doença, mas sim alguma característica do genoma (conjunto de genes) do paciente, que afeta a sua imunidade.

Entre as características genéticas avaliadas na pesquisa, o grau de gravidade era 35% menor em pessoas com o tipo sanguíneo O e 45% maior para pessoas com sangue tipo A.

Mais dois estudos foram publicados em Wuhan, o primeiro epicentro da pandemia de covid-19. Um deles também pesquisou a ligação entre o tipo sanguíneo e a suscetibilidade ao coronavírus. O outro analisou a ligação entre o tipo sanguíneo e o risco de se contrair pneumonia causada pelo novo coronavírus, e também observou que pacientes com tipo sanguíneo A eram mais suscetíveis a estas formas graves da doença.

Para Kfouri, é importante dizer que não é uma questão só que o tipo sanguíneo A é de mais risco e o O de menos e tudo bem. Não é simples assim. Há um mesmo segmento genômico que compartilha também a definição do tipo sanguíneo, mas não é necessariamente o tipo sanguíneo o causador, reitera.

Apesar de ainda não haver respostas a várias dúvidas em relação à covid-19, o infectologista, considera os estudos deste tipo, que têm ajudado para que, em breve, a doença seja entendida com maior clareza.

“Estes trabalhos ajudam a compreender como a gravidade, ou não, parte do nosso sistema imunológico, se há alguma questão genética envolvida na facilitação de desenvolver formas graves. Vão atrás de respostas para, por exemplo, por que alguns indivíduos de 100 anos não evoluem mal e outros jovens evoluem mal”, completa.

A informação é do R7

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