Filhas de Temer pressionam pai e ele desiste de apoiar Bolsonaro no segundo turno

Em nota, Temer diz que aplaudirá a candidatura que “defender a democracia, cumprir rigorosamente a Constituição, promover a pacificação, manter as reformas já realizadas no meu governo e propor ao Congresso Nacional as reformas que já estão na agenda do país”.

A nota, no entanto, faz uma sinalização a Bolsonaro, principalmente quando defende a manutenção “das reformas já realizadas no meu governo”. O PT já defendeu a revogação do teto de gastos e a suspensão de trechos da reforma trabalhista.

As filhas de Temer ficaram insatisfeitas com encontro que pai teria no fim de semana com Bolsonaro para declarar apoio a ele —o MDB liberou seus diretórios a decidir quem apoiar e o de São Paulo foi com Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato do bolsonarismo que conta com o apoio do ex-presidente.

Luciana Temer, por exemplo, têm posições publicas progressistas e já foi Secretária de Assistência e Desenvolvimento Social da cidade de São Paulo durante governo Haddad.

Temer ensaiava uma aproximação com o PT, mas a operação acabou suspensa após Lula afirmar no debate da Globo que o ex-presidente era “golpista”.

Havia a expectativa de que o emedebista anunciaria, até o fim da semana, o seu apoio a Bolsonaro.

Temer foi vice-presidente de Dilma Rousseff e assumiu a chefia do Executivo após o impeachment da petista em 2016.

Três anos depois, Temer disse durante entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, nunca ter apoiado o “golpe”, forma como apoiadores de Dilma classificam o impeachment.

Em agosto deste ano, em entrevista ao Jornal Nacional antes do primeiro turno, Lula citou Temer em tom elogioso.

O petista falou sobre a atuação do emedebista como presidente da Câmara quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi presidente.

“Quando o Fernando Henrique Cardoso teve o segundo mandato, ele mandou medidas para poder evitar que o Brasil quebrasse, e ele tinha como presidente Câmara o Temer, que ajudou a aprovar as coisas, não trabalhou contra”, disse.

O MDB, partido de Temer, liberou nesta quarta (5) os diretórios estaduais a apoiarem o ex-presidente Lula (PT) ou o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição presidencial.

No primeiro turno, o partido teve a senadora Simone Tebet como candidata a presidente. A senadora obteve 4,9 milhões de votos (4,1%). Também na quinta, Tebet anunciou apoio a Lula.

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