Golpe da ‘falsa central’ causa prejuízos de até R$100 mil

Uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal prendeu oito pessoas que aplicavam golpes da falsa central de banco. Uma das vítimas que teve mais prejuízo chegou a perder R$ 107 mil com saques, transferências e empréstimos.

Um dos diferenciais dessa quadrilha é que, além do cartão que eles buscavam na casa da vítima, alegavam também que precisariam do celular para ser periciado, facilitando ainda mais a obtenção de lucros com o golpe.

O que aconteceu

A PCDF cumpriu 8 mandados de prisão, 4 mandados de busca e apreensão e dez bloqueios de contas bancárias nesta quarta-feira (12). As detenções foram feitas em Ceilândia e Planaltina, regiões administrativas do Distrito Federal, e Nova Gama (GO). Wallyson Rodrigues de Oliveira, identificado como chefe da quadrilha, foi preso durante a noite em um hotel em Valparaíso, em Goiás.

A organização criminosa operava uma falsa central de banco. Segundo o delegado Erick Sallum, da PCDF, eles escolhiam vítimas de maior poder aquisitivo e preferencialmente idosas. O grupo sabia disso após comprar planilhas com dados cadastrais de milhões de pessoas na dark web, que continham informações como dados bancários, perfil socioeconômico, números de celulares e endereços residenciais.

O grupo ligava para as vítimas dizendo que detectaram operações bancárias fraudulentas e que elas precisariam entregar o cartão e o celular para uma perícia, para que pudessem entender a origem das operações. Um motoboy, então, era designado para ir até a casa da pessoa e retirar os itens para a “falsa perícia”.

Com o cartão e celular, criminosos conseguiam realizar saques, transferências e empréstimos. De acordo com a polícia, uma das vítimas do Lago Norte, área nobre de Brasília, chegou a perder R$ 107 mil.

Transferências e saques eram feitos rapidamente em caixas eletrônicos na região onde ficavam os criminosos. O dinheiro era transferido para contas laranjas para tentar dificultar a investigação.

Nesse tipo de golpe, geralmente os bancos se negam a fazer o estorno dos valores, pois as vítimas entregaram os cartões aos criminosos. Assim, temos pessoas idosas enganadas tendo, já no final da vida, que suportar prejuízos e dívidas impagáveis.Delegado Erick Sallum

Não vacile

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) diz em seu site que os bancos nunca pedem o cartão de volta, nem mandam pessoas até sua casa para buscá-lo. O mesmo se aplica a celulares.

Além disso, o banco nunca liga para o cliente pedindo senha ou número de cartão, muito menos pede para realizar transferência ou qualquer tipo de pagamento. Em caso de dúvida, prefira entrar em contato com a instituição por canais oficiais, como aplicativo de celular ou telefone presente na parte de trás do cartão. Neste caso do Distrito Federal, segundo o delegado, os golpistas conseguiam que aparecesse no identificador de chamada o nome do banco da pessoa, o que tornava o golpe mais crível para as vítimas.

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