Goo Goo Dolls vem pela 1ª vez no Brasil para cantar ‘Iris’

Vocalista comenta parceria com Bon Jovi, coral gospel e produtor de One Direction e Katy Perry. John Rzeznik fala também da ansiedade com Rock in Rio e de problemas com álcool

Durante o sucesso de “Iris” no final dos anos 90, o Brasil não entrou na rota das turnês do Goo Goo Dolls. Era culpa do “péssimo” empresário da banda, avalia o vocalista John Rzeznik.

Após demitirem o cara responsável por isso, a banda americana estreia no Brasil em setembro. Tocarão no Rock in Rio e em outros três shows com Bon Jovi.

Apesar do auge no começo dos anos 2000, quando o pós-grunge romântico dominava rádios e paradas, Rzeznik e Robby Takac lançam nesta sexta (13) o disco “Miracle Pill”.

As 11 faixas começaram a ser escritas pelos dois, os únicos da formação original, na turnê de 20 anos do álbum “Dizzy Up The Girl”.

O single que dá nome ao disco foi escrito a partir das observações do vocalista nos últimos anos. “Estamos todos confusos, um pouco assustados, descontentes e buscando por soluções instantâneas que pareçam novas. Eu também”, conta Rzeznik  ao G1, por telefone.

Aos 53 anos, ele também fala sobre parceria com o produtor Sam Hollander (Panic! At The Disco, One Direction, Katy Perry) nas composições.

O convite para abrir shows do Bon Jovi em Recife, Curitiba e São Paulo foram como um “presente”, define o vocalista. A oportunidade veio após participação no cruzeiro de Jon Bon Jovi no Mar Mediterrâneo.

“Tenho tanto respeito por esse cara, ele é a pessoa mais inteligente que eu já conheci no mercado da música.”

Quando perguntado sobre os problemas com álcool, Rzeznik afirma que é alcoólatra, mas que está há 5 anos sem beber. “Levei um tempo para ficar bem e tenho que trabalhar nisso todos os dias.”

G1 – Queria começar falando sobre a turnê de ‘Dizzy Up The Girl’ do ano passado. Como foi tocar aquelas canções depois de tanto tempo?

John Rzeznik – Eu estava animado para tocar as canções do álbum em ordem, como as pessoas devem ouvir em suas casas. Não tocava algumas músicas há anos, foi até difícil de aprendê-las de novo. Foi divertido olhar para trás, principalmente para chegar no final da turnê e deixá-lo de lado por estar pronto para escrever o novo álbum.

G1 – Quando você começou a escrever? Foi durante ou depois do fim da turnê?

John Rzeznik – As coisas começaram a aparecer enquanto eu estava tocando guitarra ainda na turnê. Tive um monte de ideias, fui para Califórnia e encontrei com alguns amigos. Então chamei todo mundo para gravar depois. Fiquei surpreso com a rapidez que “Miracle Pill” foi criado.

G1 – Li que o ponto de partida do novo álbum é a sua observação desta segunda década do século 21. Que observações são essas?

John Rzeznik – Estamos todos confusos, um pouco assustados, descontentes e buscando por soluções instantâneas que pareçam novas, pelo menos nos Estados Unidos. Eu também.

Eu estava procurando algo fora de mim que pudesse fixar as coisas e pudesse fazer as coisas ficarem melhores, como uma pílula milagrosa que pudesse me consertar mesmo. Não literalmente pílulas, você me entende, né?

G1 – Pode falar mais sobre a música ‘Miracle Pill’?

John Rzeznik – Ela é sobre fazer conexões. É sobre pessoas que estão tentando fazer conexões, porque as perderam. Pessoas que não sabem fazer conexões, apenas tentam. Observei a vida dos outros e a minha e escrevi sobre como é ver e sentir isso.

G1 – Você tem algo que atue como uma ‘pílula milagrosa’, para melhorar a ansiedade?

John Rzeznik – Eu não tenho e este é o ponto: ela não existe. Não existe pílula milagrosa. Estamos apenas tentando ser melhor do que éramos no dia anterior. Portanto, as coisas são lentas e consistentes, mas isso não é divertido.

G1 – Qual foi o ponto de partida das outras músicas?

John Rzeznik – Tudo começa tendo uma melodia, que pode vir da guitarra ou do piano. Depois você começa um trabalho no estúdio com a produção. Eu realmente gosto desta parte do estúdio. Sinto que neste ponto da minha carreira eu não tenho que me preocupar com uma série de coisas, então me sinto muito mais livre para fazer o que eu quiser.

G1 – A que você atribui essa confiança?

John Rzeznik – Acho que muito disso tem a ver com estar por aí há tanto tempo. A gente quer fazer música que as pessoas gostem, que as pessoas se conectem. Eu sinto que ainda tenho algo relevante para falar. Pelo menos espero que sim, talvez não. [Risos]

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