Governo retoma fiscalizações e resgata 1.705 crianças do trabalho infantil em 2023
Depois de disparar com a crise econômica desencadeada pela pandemia, e atingir cerca de 1,7 milhão de crianças e adolescentes, segundo estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o trabalho infantil voltou a ser objeto de políticas públicas específicas do governo federal.
Sem citar nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, conhecido por declarações em defesa do trabalho de crianças e adolescentes como “formador de caráter”, um dos coordenadores do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no Brasil, Mário Volpi, avalia que vem ocorrendo uma importante mudança de orientação política sobre o enfrentamento ao problema.
“Não se ouve mais o discurso de que algum tipo [de trabalho infantil] poderia ser permitido, ou aquele argumento ‘eu também trabalhei quando criança’ [e isso não foi ruim]. É importante o governo ter um posicionamento firme de que trabalho infantil não é aceitável. Isso comunica muito para a sociedade”, afirma Volpi.