iFood diz que criminosos criaram mercado paralelo de mochilas para cometer assaltos disfarçados de entregadores

Durante os últimos meses, tem chamado a atenção o elevado número de assaltos praticados na cidade de São Paulo por criminosos a bordo de motocicletas e caracterizados como entregadores de aplicativos como iFood. Vestindo colete e carregando bolsa térmica com o logotipo dessa e de outras plataformas de entregas, os bandidos costumam agir em dupla e geralmente estão armados.

Muitos desses ataques têm sido flagrados por câmeras de segurança, cujas imagens circulam nas redes sociais. O método costuma ser o mesmo: as vítimas estão caminhando na calçada quando são rendidas por um motociclista, enquanto o outro recolhe os pertences. Tudo acontece em segundos e os assaltantes também miram motoristas, passageiros e até outros motociclistas.

O disfarce de entregador ajuda a se aproximar sem que a vitima perceba e dificulta a identificação do criminoso, que age de capacete e depois se mistura aos milhares de profissionais “verdadeiros” que circulam diariamente pela capital.

Essa modalidade de assalto tem crescido tanto que no mês passado a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) procurou a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) para tratar do assunto.

“Estamos sugerindo às empresas de aplicativos, que além de serem mais rigorosas na seleção dos entregadores, também adotem algum tipo de dispositivo de segurança, como grafar o número do entregador em letras bem grandes na parte de trás e nos lados da caixa que porta as embalagens, facilitando a identificação dos mesmos por quem está na rua ou em carros”, defende a entidade em ofício encaminhado ao secretário João Camilo de Campos.

“As polícias Civil e Militar têm ampliado e reforçado os programas de policiamento, bem como as ações para coibir os roubos e furtos em toda capital, inclusive no entorno de terminais e pontos de acesso aos transportes públicos. Dentre essas atividades, estão as operações Capital Mais Seguro e a Hércules, que juntas já prenderam mais de 185 criminosos, recuperaram 43 celulares roubados ou furtados e apreenderam 37 motos irregulares”, complementa a secretaria.

iFood cita ‘mercado paralelo’ de mochilas

Líder entre os aplicativos de delivery, o iFood diz que toma “imediatamente” as providências cabíveis ao confirmar que o cadastro de determinado entregador foi utilizado “para prática de atividades ilícitas ou descumprindo o termo de uso da plataforma”.

A plataforma acrescenta que utiliza tecnologia de reconhecimento ótico de caracteres para confirmar a veracidade de documentos apresentados no cadastro dos respectivos entregadores e também faz uso de uma ferramenta de reconhecimento facial, “ativada periodicamente”, com o objetivo de “coibir o aluguel e o empréstimo da conta”.

O iFood também afirma que não exige dos seus colaboradores o uso de mochila com o logotipo da empresa e cita um “mercado paralelo” para venda do item.

“O fato de uma pessoa utilizar uma bag [mochila] do iFood não significa que esteja fazendo uma entrega pela plataforma ou ainda que possua cadastro nesta. Não há a exigência de uso da bag com o logo do iFood e é possível realizar a compra deste item no iFood Shop, atrelado ao CPF de um entregador cadastrado na plataforma. Infelizmente, em uma busca rápida na internet, é possível notar a existência de um mercado paralelo de venda de bags”.

A companhia conclui, destacando que “mantém um time dedicado à investigação e prevenção a fraudes” e encaminha eventuais denúncias de atividades ilícitas para apuração pelas autoridades competentes, bem como coopera sempre quando é requisitada.

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