XUXA VERSUS SIKÊRA: Entenda a treta entre os apresentadores e os processos movidos

O apresentador Sikêra Jr. foi condenado a pagar R$ 10 mil por danos morais ao cantor e compositor Junno Andrade, marido da apresentadora Xuxa Meneghel, segundo decisão do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).

Em outubro 2020, durante o “Alerta Nacional”, ele chamou o marido de Xuxa de “jugolô”, fazendo alusão a palavra “gigolô”, que seria o homem que vive sustentado por sua amante.

A decisão judicial marca mais um episódio na briga entre o funcionário da TV A Crítica, afiliada da RedeTV! no Amazonas, e a Rainha dos Baixinhos.

O início: zoofolia no programa de Sikêra

Em outubro de 2020, Sikêra Jr. causou polêmica ao exibir imagens de um homem que se relacionava sexualmente com uma égua.

A prática sexual com um animal é crime e se chama zoofilia. O apresentador ainda “reproduziu” a cena com funcionários no estúdio do programa “Alerta Nacional”.

Depois disso, o vídeo foi criticado pela ativista Luisa Mell no Instagram. Xuxa compartilhou o vídeo e indignação de Luisa por meio do Instagram Stories, além de usar um “emoji” vomitando para mostrar seu desagrado.

 

“Vingança” de Sikêra

Ao saber que Xuxa criticou o video exibido no “Alerta Nacional”, Sikêra foi ar se vingar da rainha dos baixinhos. Primeiro, ele disse que “era fã” e que estava decepcionado com ela e, depois, passou a atacá-la.

Sikêra criticou Xuxa por lançar um livro para crianças em que a temática LGBTQIA+ está presente — o livro em questão é “Maya” (Globo Livros), que conta a história de uma menina que tem duas mães. Ele ainda associou Xuxa à pedofilia ao dizer que ela apareceu nua ao lado de um menor no filme “Amor, Estranho Amor” (1982).

“A que se diz rainha vai lançar um livro LGBT para criança… A mesma que fez um filme com uma criança, ela (estava) nua com uma criança de 12 anos. Ex-rainha, eu quero dizer para você que pedofilia é crime e não prescreve… Tua filha falando que ofereceu maconha para ti, isso é uma coisa que se diga? Todo mundo preocupado com o rabo do cavalo, apologia a droga também é crime”, disse o apresentador do “Alerta Nacional”, disse ao vivo na TV.

Resposta de Xuxa

Xuxa afirma que no filme interpretou uma menina de 15 anos que foi vendida a um prostíbulo para ser dada de presente a um político. “Muitas crianças, assim como minha personagem, são vendidas e exploradas sexualmente por pessoas que acham que tudo é permitido a seu bel-prazer”.

Xuxa rebateu também as acusações de apologia às drogas. “Todos sabem o quanto eu sou contra qualquer tipo de droga, ilícita ou não. Não bebo, não fumo e nunca me droguei nem por curiosidade”, disse.

Ela também contou que a mãe usou cannabis medicinal em tratamento contra o Parkinson. Além de comentar fala da filha, Sasha, que foi distorcida por Sikêra.

“Minha filha, e quem me conhece sabe disso, comentou que antes de eu morrer deveria tomar um porre e provar maconha, ou seja, me permitir errar um pouco. Foi um comentário e não uma realidade”, disse.

Campanha de Xuxa

A apresentadora, então, reuniu um time de famosos para responder à piada envolvendo pedofilia e as críticas de Sikêra contra ela. Xuxa postou um vídeo com a participação deles para passar uma mensagem: “Zoofilia é crime, não é piada”.

Participaram do vídeo Carolina Dieckmann, Ratinho, Paulo Gustavo, Paolla Oliveira, Junno Andrade, Bruno Lima, padre Fábio de Melo, Dani Calabresa, Nizo Neto, Jaime Arôxa, Marcus Majella e Valeria Valenssa.

Teve tréplica. Em resposta ao vídeo de famosos contra a zoofilia, Sikêra convocou o povo para uma campanha contra a pedofilia.

 

 

Xuxa se defendeu em sua coluna na revista “Vogue” sobre o ato criminoso tratado como piada por Sikêra na TV e rebateu a acusação de ter cometido pedofilia. Ela também revelou que processaria o apresentador

Esse senhor disse que transar com criança é pedofilia, e ele tem razão. Assim como sexo com animal é zoofilia, ambos crimes. Errou ao dizer que eu fiz, aliás errou muito feio, mas isso é assunto para meus advogados.

Primeira condenação de Sikêra

Em março deste ano, o apresentador e a emissora foram condenados a pagar R$ 300 mil a Xuxa por danos morais. Ela havia pedido uma indenização de R$ 500 mil, que seria revertida a duas instituições que trabalham com crianças e adolescentes na região norte do país.

A juíza Ana Cristina Ribeiro Bonchristiano, da 3º Vara Cível de Osasco (SP), julgou procedente um valor um pouco abaixo, de R$ 300 mil.

Nos autos do processo, aos quais Splash teve acesso, a defesa argumentou que Sikêra Jr. “é conhecido por seu jeito irreverente, descontraído, um ‘jornalista popular que fala a língua do povo'”, e que foi Xuxa quem lhe ofendeu ao lhe chamar de “palhaço e homofóbico”. A magistrada rejeitou a alegação sobre liberdade de expressão e criticou o “Alerta Nacional”.

Segunda condenação de Sikêra

Por chamar Junno de “jugolô”, o apresentador e a emissora terão de pagar uma indenização de R$ 10 mil por danos morais ao cantor, valor que será acrescido de juros e correção monetária.

“Ao imputar ao autor o adjetivo de ‘jugolô’, uma corruptela da palavra gigolô, obviamente que o apresentador não só injuria o autor [do processo], como o difama”, afirmou na decisão a desembargadora Hertha de Oliveira, relatora do processo no TJ.

Na defesa apresentada à Justiça, Sikêra afirmou que fez uma referência indireta ao cantor, durante apenas 19 segundos, em uma única reportagem. “Essa referência nem de longe é suficiente para causar dano moral”, afirmou no processo.

Sikêra disse que apenas reagiu a ataques feitos por Xuxa em rede social. Afirmou ter sofrido críticas da apresentadora após divulgar um vídeo em que um homem pratica ato sexual com uma égua, “situação que infelizmente ocorre no Brasil”, segundo ele. De acordo com o apresentador, Xuxa sugeriu que ele estava fazendo apologia à zoofilia.

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