‘Jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe, diz Temer sobre impeachment de Dilma

Em entrevista ao programa Roda Viva, ex-presidente disse que não conspirou pelo impeachment de Dilma Rousseff

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, exibida nesta segunda-feira (16), o ex-presidente Michel Temer negou ter articulado o impeachment de Dilma Rousseff e chamou o processo de golpe.

“O pessoal dizia ‘o Temer é golpista’ e que eu teria apoiado o golpe. Diferente disso, eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe”,  disse Temer. O emedebista afirmou ainda que não imaginava que viraria presidente por essas vias”.

Questionado pelo  jornalista Ricardo Noblat se “não havia conspirado nem um pouquinho?”, o ex-presidente negou mais uma vez.

Apontado como operador financeiro de propinas do MDB, Lúcio Funaro afirmou, em sua colaboração premiada, que Temer e o deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ) “confabulavam diariamente” para “tramar” a aprovação do impeachment de Dilma. Presidente da Câmara dos Deputados à época, Cunha foi responsável por aceitar o pedido de impeachment.

O fato do ex-presidente ter usado a palavra golpe foi explorado pela oposição. Vice na chapa presidencial com Fernando Haddad (PT) em 2018, Manuela D`Ávila (PCdoB) perguntou “O Temer já reconheceu que foi golpe. E você?”.

Na entrevista, Temer também disse acreditar que, se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tivesse sido nomeado ministro da Casa Civil de Dilma, o impeachment poderia não ter se concretizado. “Ele (Lula) tinha bom contato com o Congresso”, destacou o emedebista.

O ex-presidente também reconheceu uma tentativa de aproximação com o petista, à época.“Recentemente, o jornal Folha (de S.Paulo) detectou um telefonema que o ex-presidente Lula me deu onde ele pleitava, e depois esteve comigo, para trazer o MDB para impedir o impeachment. E eu tentei. Mas a esta altura, a movimentação popular era tão grande e tão intensa que os partidos já estavam vocacionados para esta ideia. Mas veja que, até o último momento, e este telefonema revela, que eu não era, digamos, adepto ao golpe”, afirmou.

A reportagem da Folha também coloca em xeque a hipótese de que a nomeação de Lula teria como objetivo travar as investigações sobre ele, transferindo seu caso de Curitiba para o Supremo Tribunal Federal (STF). Foi esse o motivo para o STF barrar que o petista assumisse a Casa Civil, após o então juiz Sergio Moro divulgar, de maneira ilegal, uma ligação entre Lula e Dilma. À época, as mensagens não foram divulgadas.

Com informações do Huff Post Brasil

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