MEC planeja permitir novos cursos de medicina só onde faltam médicos

O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou hoje que a pasta deve permitir a abertura de novas vagas e cursos de medicina principalmente em locais onde faltam médicos.

O que ele disse?

  • “O MEC vai tomar a liderança da autorização dos cursos de medicina no Brasil, vamos voltar a ter editais para criação de universidades e vagas, focadas no programa Mais Médicos, para garantir que esses cursos estejam mais próximos de onde há necessidade de médicos para atendimento da população”, disse o ministro em entrevista ao Bom Dia Ceará, da TV Verdes Mares, afiliada da Globo no Ceará.
  • Novos cursos de medicina estão proibidos desde 2018, quando o então presidente Michel Temer travou a abertura por cinco anos. “Houve uma expansão muito grande na abertura de cursos de medicina. É preciso puxar o freio de mão para um balanço e para que possamos garantir a qualidade do ensino na área”, disse o então ministro da Educação Mendonça Filho.
  • Proibição perde validade nesta semana, a partir de quarta-feira (5).
  • Ministro planeja integração com Ministério da Saúde para garantir que os médicos fiquem nos locais menos assistidos. “Um dos vieses do novo programa é estimular a permanência do médico nessas regiões mais difíceis”, afirmou.

Número de médicos é recorde, mas distribuição é desafio

  • O número de novos registros médicos emitidos no Brasil mais do que dobrou no país em 12 anos e bateu recorde em 2022, segundo dados da nova edição da Demografia Médica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). No ano passado, 39.551 profissionais entraram no mercado de trabalho.
  • Desaceleração do crescimento populacional e aumento na expectativa de vida, com maior tempo de carreira, ajudam a explicar o número.
  • Distribuição de profissionais é desigual. Nas capitais, por exemplo, o número de profissionais é de 6,21 por mil habitantes enquanto, nos municípios do interior, o índice fica em 1,72. De acordo com o CFM, as capitais reúnem 24% da população e 54% dos médicos.
  • Distrito Federal tem maior cobertura, e Maranhão, a menor. Quando a comparação é feita por unidade da federação, essa densidade varia de 0,97 no Maranhão a 4,72 no Distrito Federal. Mesmo no grupo das capitais, que reúnem mais profissionais, também há diferenças expressivas. Enquanto Vitória (ES) tem 14,44 médicos por mil habitantes, Macapá (AP) tem apenas 1,7.
  • Más condições de trabalho em algumas localidades fazem a maioria dos profissionais se concentrar em capitais e cidades com melhor infraestrutura. “Nós não queremos só um salário e uma carreira de Estado. Não adianta colocarmos médicos bem formados nesses mais de 5.500 municípios que temos no Brasil sem ter uma infraestrutura de trabalho com leitos, equipamentos, medicamentos, acesso a exames, apoio da equipe multiprofissional e remuneração compatível com o preparo e responsabilidade”, disse o presidente do CFM, José Hiran Gallo.
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