Ministério Público investiga filho de Bolsonaro por tráfico de influência

O quarto filho do presidente da República Jair Bolsonaro, Jair Renan, tornou-se alvo de uma polêmica após a informação de que ele foi presentado com um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil por uma empresa cujo contato com o Governo Federal foi facilitado por ele. A discussão sobre a possibilidade de que o “número 4”, como Bolsonaro costuma chamar o filho, tenha cometido crime de tráfico de influência.

Um mês após a doação, em outubro do ano passado, representantes da Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, uma das empresas do conglomerado, conseguiram um espaço na agenda do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Desde setembro de 2019, a firma recebe um benefício fiscal, concedido pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), de 75% no pagamento do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), válido até 2028. Isso significa que de 100% do imposto devido, apenas 25% é pago. Trata-se de benefício muito diferente do praticado pela grande maioria das empresas brasileiras.

Um levantamento no Diário Oficial da União mostra também que, só em 2021, o grupo, composto por 17 mineradoras, já recebeu pelo menos 15 autorizações da Agência Nacional de Mineração (ANM) para prospectar novas áreas. Não há irregularidades na redução de impostos, aval para pesquisas de campo ou intermediação de encontros com ministros, mas a proximidade de Jair Renan com a Gramazini e outras companhias despertou a atenção do Ministério Público Federal (MPF), que instaurou um procedimento preliminar para apurar “possíveis crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro”.

Quando John Lucas Thomazini, um dos sócios da empresa, decidiu ir a Brasília participar da inauguração da sede da empresa de eventos de Jair Renan — o espaço, que funciona em um camarote no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, também conta com placas de granito doadas pela Gramazini. Foi nesta ocasião que o filho de Bolsonaro recebeu o carro, importado por outra firma do empresário capixaba, a Neon E. Motors. Há vídeos nas redes sociais que mostram a doação do veículo para Jair Renan e Allan Lucena, subsecretário de Programas e Incentivos Econômicos do Distrito Federal — além do cargo no governo, Lucena está à frente de um instituto que divide o espaço do camarote com a firma de Jair Renan.

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