MISSA EM APARECIDA: Bolsonaro é vaiado, aplaudido e padre pede silêncio para continuar celebração

O presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou hoje (12) ao Santuário Nacional de Aparecida (a 180km de São Paulo), por volta das 13h50, com um misto de aplausos e vaias. Logo que apareceu, foi celebrado por parte dos presentes à missa. Mas os opositores ao candidato reagiram com vaias.

Bolsonaro chegou ao local escoltado por seguranças, policiais federais e militares e seguido por um pequeno grupo de motociclistas. Em uma das entradas, apoiadores aguardavam o presidente e o candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que o acompanha na comitiva, com bandeiras com imagens dos dois.

Apoiadores do chefe do Executivo fizeram uma nova tentativa de puxar o coro de mito, mas não houve adesão. Em nenhum momento, contudo, as manifestações foram mais altas que o ensaio dos cânticos que estavam ocorrendo quando o presidente apareceu.

Parte deste comportamento se deve ao padre Eduardo Ribeiro, que conduzia a cerimônia, para o público fazer silêncio para dar início à missa. “Silêncio na basílica. Prepare o seu coração, viemos aqui para rezar”, afirmou o padre.

Bolsonaro não sobe no altar. No ano passado, o presidente esteve na missa da padroeira do Brasil e foi convidado para fazer a primeira leitura. Isto não aconteceu agora que ele está na condição de candidato à reeleição. Todos os trechos da Bíblia foram lidos por sacerdotes.

Durante a homilia, o padre Eduardo Catalfo, reitor do Santuário, na citou o nome de Bolsonaro, mas disse que estava certo que o motivo de todos estarem presentes era a fé.

Ele também falou sobre Nossa Senhora Aparecida, que classificou como uma santa negra que tem a cor do povo brasileiro

Não comungou. Diferentemente dos ex-ministros Tarcísio de Freitas e João Roma, Bolsonaro não comungou na missa de Aparecida. Ele também não completou as orações e não rezou a oração do Pai Nosso.

Vermelho x verde e amarelo. A presença de Bolsonaro em Aparecida mexeu com a vestimenta dos fiéis. Há pessoas vestidas de verde e amarelo. Mas também há gente de vermelho e com camisas do PT, partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, adversário de Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais.

Houve gritos isolados de “Lula, Lula”, mas não foram registradas confusões.

Com aliados, sem Michelle. O presidente chegou a Aparecida sem a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que é evangélica, e tem feito um papel importante na campanha de reeleição de Bolsonaro com os evangélicos.

Acompanham o presidente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a deputada reeleita Bia Kicis (PL-DF), ex-ministros como Marcos Pontos e João Roma e o coordenador de comunicação da campanha de Bolsonaro, Fábio Wajngarten.

Missa seguida de terço. Depois da missa, está previsto o presidente participar de um terço organizado pelo Centro Dom Bosco, uma associação de fiéis católicos fundada em 2016 no Rio de Janeiro. Trata-se de uma entidade sem vínculos formais com o Vaticano e que trabalha para recuperar os movimentos da direita católica brasileira.

O arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, explicou em nota que o terço “não é celebrada pelo Santuário Nacional e nem está sob a supervisão do Arcebispo de Aparecida”.

Pela manhã, comício com pastor condenado. Antes de chegar à celebração da padroeira do Brasil, o presidente esteve em Belo Horizonte para fazer um comício. Com ele, estavam o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) e o pastor Valdemiro Santigo, ex-bispo e fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus.

Recentemente, o religioso teve 15 condenações em primeira instância em menos de um mês. No palanque com Bolsonaro, Valdemiro ouviu o presidente repetir bandeiras sobre pauta de costumes, falar a respeito do preço dos combustíveis e do Auxílio Brasil de R$ 600.

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