Mistério da Calvário: Sobe para 11 o número de juízes que se dizem suspeitos para julgar processos contra Ricardo Coutinho e outros réus

Em cerca de um ano e meio, 11 juízes da Paraíba se declararam suspeitos e recusaram julgar os processos contra o ex-governador Ricardo Coutinho e outros réus da Operação Calvário, que desvendou o maior esquema de corrupção da história do nosso estado com a subtração de centenas de milhões de reais da Saúde e da Educação.

E todos eles pelo mesmo motivo: razões de foro íntimo.

Isso quer dizer que todos eram amigos ou tinham algum tipo de relação com o ex-governador? Sabemos que é comum um chefe de executivo ter relações com juízes, mas logo 11 de uma vez só? E coincidentemente todos os que foram designados para julgar ações da Calvário?

Muito improvável.

O mistério continua e ninguém ainda sabe responder o que acontece: estariam sendo ameaçados? Estariam sendo chantageados por algum réu que tenha uma informação bombástica oculta? Estariam recebendo alguma vantagem financeira?

Deixando de lado as especulações e teorias da conspiração, o que se sabe na prática, de concreto, é que o tempo está passando e a sensação de impunidade e de que tudo isso vai terminar em pizza vai crescendo na sociedade. Um sentimento nocivo, que causa revolta e desesperança nas pessoas.

Um manda pra cá, manda pra lá, recurso daqui, suspeição dali e os anos vão se passando e o prazo de 16 anos para prescrição de crimes de corrupção vai chegando cada vez mais perto do horizonte e as chances de um ex-governador que foi gravado cobrando propinas ficar impune pelos crimes que cometeu aumentam. Lamentavelmente.

Confira os juízes que já recusaram julgar o caso por suspeição:

Shirley Abrantes Moreira Régis (em 2/9/21); Antônio Maroja Limeira Filho (em 13/9/21); Ana Carolina Tavares Cantalice (em 20/9/21); Isa Monia Vanessa de Freitas Paiva (em 5/9/21); José Márcio Rocha Galdino (em 8/4/22); e Marcos William de Oliveira (em 11/4/22); Magnogledes Ribeiro Cardoso (em 7/3/22); Marcial Henrique Ferraz da Cruz (mandou o processo retornar à 6ª Vara Criminal de João Pessoa em 14/3/22); Onaldo Rocha de Queiroga (em 30/3/22); Hermance G. Pereira (em 11/4/22) e Rodrigo Marques Silva Lima em (10/03/2023).

 

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