Mudanças no Instagram vão dar aos pais controle em DMs dos filhos adolescentes

Em 2025, o Instagram vai passar por uma transformação no Brasil. A rede social vai colocar nas mãos de pais, mães e responsáveis por crianças e adolescentes de até 16 anos o poder para decidir o que menores de idade podem fazer lá dentro.

O que é a conta teen?

É uma série de configurações já existentes na plataforma e que passam a valer de forma combinada e obrigatoriamente para menores de 16 anos, e caso os responsáveis decidam, para quem tem até 18 anos.

Perfil privado, DM lacrada, limitação de fotos e vídeos, toque de recolher e limitação de acesso, além de interação reduzida para não seguidores.

Nada disso faz sentido se não tiver um outro elemento que é muito importante nessa jogada, que são os pais, as mães e responsáveis. Vai estar na mão deles flexibilizar todas essas característicasHelton Simões Gomes

Tela que será vista por jovens no Instagram quando conta de adolescente estiver funcionando no Brasil

E mais: caso queiram, os responsáveis pelo adolescente vão poder ver com quem eles estão conversando, não necessariamente a mensagem, mas o perfil que ele está interagindo e o tipo de conteúdo.

Essa é uma reclamação antiga entre os pais, de que não tinham visão do que os filhos faziam nas redes sociais e na internet como um todo, e de alguma forma o Instagram está entregando isso para fazer com que eles se sintam mais confortáveis em deixar seus filhos navegando por lá

Helton Simões Gomes

Crianças entram nas redes sociais cada vez mais cedo

A conta Teen do Instagram chega num momento em que pesquisas mostram um uso de redes sociais cada vez maior por crianças e cada vez mais cedo.

A gente observa, ao longo dos anos, o uso cada vez mais precoce [de internet]

Luisa Adib, coordenadora da TIC Kids Online

A pesquisa mede o uso de internet feito por crianças e adolescentes entre 9 a 17 anos. Entre fatores que podem estar associados a esse aumento estão a inclusão de pessoas das classes D e E no acesso à internet e, em segundo lugar, a própria participação de crianças mais jovens nos espaços online.

Em 2015, o primeiro acesso para 11% das crianças e adolescentes era até os 6 anos. Subiu para 24% delas, segundo edição mais recente da pesquisa. No caso dos vídeos online, esse número também cresceu, tendo um aumento de 20% entre 2015 e 2024.

As plataformas mais acessadas são WhatsApp, YouTube, Instagram e TikTok. A pesquisa mostrou que adolescentes entre 15 e 17 anos preferem o Instagram, enquanto crianças de 9 a 12 passam mais tempo no TikTok.

A conta de adolescente [do Instagram] não é a tábua de salvação, não é ela quem vai salvar tudo ou solucionar o problema da Meta com os reguladores. Mas minha impressão é que a empresa está tentando passar uma mensagem aos reguladores que estão no pé dela

Helton Simões Gomes

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