Novo golpe do Pix utiliza dados dos clientes e toca até música do Itaú
Golpistas ligam para as pessoas e dizem que a conta delas foi invadida, mas vão solucionar o problema. Eles têm informações sobre o extrato dos clientes, simulam estar na central de atendimento dos bancos, são bem articulados e usam até uma música similar à do Itaú. Isso ganha a confiança dos clientes e os convence. A denúncia viralizou em redes sociais nos últimos dois dias.
Gerentes procurados pelas vítimas dizem saber do golpe e que há muitas vítimas. Mas o banco não fez até o momento uma campanha específica contra o problema, segundo os clientes lesados.
O Itaú não afirma ainda qual pode ser a origem do golpe. Após a publicação desta reportagem, o banco enviou nova nota nesta quinta (9) e disse saber dos fatos, mas ainda não esclareceu se os golpistas podem ter conseguido os dados dos clientes por meio de uma falha de segurança de tecnologia ou se funcionários do banco estão envolvidos na fraude.
Golpistas acessam dados bancários
No esquema, o falso funcionário do banco liga e diz que a conta foi acessada por criminosos. Em relato no Twitter, a jornalista Marcella Centofanti diz que o fraudador ligou para ela fingindo ser funcionário do Itaú e disse que a conta bancária dela estava bloqueada por causa de uma tentativa de invasão por terceiros.
O falso atendente citou movimentações bancárias recentes dela. O golpista afirma que alguém fez transações para uma conta e pede que, caso ela não as reconheça, faça um pagamento pelo aplicativo com o mesmo valor para a mesma conta (a do golpista), de forma que o banco reconheça a duplicação e cancele a operação.
O golpista tenta conquistar a confiança da vítima aos poucos. Centofanti descreve o golpista como “articulado” e com “um tom de voz calmo”, tão paciente a ponto de ficar mais de 20 minutos na linha. Ela só suspeitou de golpe quando ele pediu que ela fizesse um Pix para a conta mencionada.
Gerente do Itaú reconhece a ação criminosa, que se multiplica. A jornalista ligou para a gerente do banco e teve a confirmação da fraude. “Segundo ela, tá bombando [o golpe]. Um monte de gente caindo”, escreveu a vítima. De acordo com Centofanti, a gerente não soube dizer como o golpista teve acesso a dados sigilosos.