
‘O Gaeco poderia também investigar as “vitórias” do PSB nas eleições municipais’, alerta Karla Pimentel
As delações da ex-secretária de finanças do município de João Pessoa e de administração do estado da Paraíba, Livânia Farias, no âmbito da Operação Calvário, têm servido para acentuar ainda mais a crise política no PSB. As últimas falas de Livânia revelaram um suposto esquema de propina que teria causado prejuízo de R$ 49 milhões à Prefeitura de João Pessoa, na gestão do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB).
A pré-candidata à Prefeitura de Conde, Karla Pimentel (PSD) chamou a atenção das autoridades para ampliar o leque de possibilidades nas investigações. De acordo com Karla, caso seja provado o esquema criminoso, as prefeituras nas quais atuam políticos do PSB poderiam ter usado verba indevida para se elegerem.
“Diante da farra do partido com um possível esquema de corrupção e uso de propina em campanha política, divulgada pela ex-secretária, o Gaeco e órgãos competentes bem que poderia também investigar onde mais nas eleições municipais o PSB saiu vitorioso. Não podemos deixar que fiquem impunes”, alertou.
Entenda
Nas investigações da Operação Calvário, a ex-secretária falou sobre contrato feito com firma de advocacia para a Prefeitura de João Pessoa, pagamento de propina por parte do escritório, ajuda financeira na campanha eleitoral de 2010 e apreensão de R$ 81 mil em 2011.
Livânia contou que foi apresentada à Bernardo Vidal por Gilberto Carneiro, ex-procurador Geral do município e do estado, durante um evento no Fórum Criminal. A ex-secretária afirmou que, inicialmente, o próprio Bernardo a procurou e ofereceu um valor, que ela não aceitou. “Posteriormente, ele disse que não tinha a ver com propina e que o escritório tinha uma disponibilidade para ajudar”, disse na delação. Ela relatou ainda que o advogado chegou a afirmar que, quando ela saísse da Prefeitura, poderia se tornar advogada no escritório.
Segundo Livânia, o pagamento do valor acontecia por da firma, acontecia por vezes em espécie ou depósito, e não era condicionado ao pagamento feito pela Prefeitura. Ela contou que começou a receber a quantia por volta do segundo pagamento feito à firma. “Ele me pagava um valor aleatório, às vezes R$ 3 mil, R$ 5 mil e isso foi final de 2009 até 2010”, comentou. Questionada, a ex-secretária contou que outros servidores também recebiam os valores.
No dia 30 de junho de 2011, um carro foi apreendido com R$ 81 mil dentro, documentos do escritório Bernardo Vidal com destino à Prefeitura e alguns bilhetes, como apontado pelo MP durante o depoimento. No depoimento, Livânia declarou que Bernardo Vidal informou que mandaria R$ 10 mil para ela, além de uma quantia para o irmão de Ricardo, Coriolano Coutinho, e Gilberto Carneiro.
Da Redação com informações do G1 PB