Pai de santo é preso suspeito de cometer estupros durante rituais e cárcere privado

Um pai de santo, de 29 anos, foi preso na manhã de hoje em Curitiba suspeito de enganar e estuprar mulheres e mantê-las sob cárcere privado. Os crimes, segundo a Polícia Civil, aconteceram durante rituais religiosos no terreiro coordenado pelo investigado no bairro Pinheirinho.

Seis vítimas procuraram a Polícia Civil do Paraná para relatar os supostos crimes. Elas ainda apontaram a esposa do pai de santo, uma mulher de 22 anos, como cúmplice. Uma das vítimas é uma adolescente de 14 anos.

De acordo com o delegado Rinaldo Ivanike, do 10º Distrito de Polícia Civil de Curitiba, a investigação iniciou em meados de fevereiro, quando uma das vítimas registrou um boletim de ocorrências.

O inquérito identificou e colheu depoimentos e demais provas com outras cinco mulheres, sendo uma adolescente. Elas disseram que sofreram os crimes enquanto buscavam o serviço do religioso para resolver problemas espirituais e financeiros no terreiro.

“Vieram várias vítimas na delegacia relatar que esse pai de santo as enganava, pegando o dinheiro e mantendo em cárcere, em trabalhos para livrá-las de problemas. Também tem a questão das relações sexuais, mediante fraude”, afirmou o delegado.

De acordo com a Polícia Civil, em alguns casos, a vítima era mantida sob cárcere privado em um quarto na casa do pai de santo ao longo de um mês. Nesse período, o suspeito abusava sexualmente das clientes e tomava dinheiro delas. “Ele dizia que a pessoa deveria estar a serviço da entidade”, comentou Ivanike.

A esposa do pai de santo foi presa suspeita de acobertar o marido em relação aos crimes. Ambos foram indiciados por estupro de vulnerável, estupro mediante fraude, estelionato e cárcere privado. O inquérito está encerrado com a prisão preventiva do casal.

A Polícia Civil solicitou a prisão da dupla para “evitar novos crimes e fuga do local” do crime enquanto o caso tramita na Justiça. O casal tem uma filha de 2 anos, que estava na casa no momento do cumprimento do mandado. Ela foi encaminhada ao Conselho Tutelar.

Suspeitos negam os crimes

Em depoimento, o pai de santo e a esposa negaram os crimes. “Eles foram ouvidos e disseram não ter cometido os fatos denunciados, alegaram ser boas pessoas e disseram que apenas faziam os trabalhos espirituais”, afirmou Ivanike.

O nome do pai de santo e da esposa dele não foram divulgados em razão da Lei de Abuso de Autoridade. A Polícia Civil informou que eles ainda não constituíram advogado de defesa.

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