Pazuello vai ao Planalto “treinar” depoimento para a CPI do Covid-19

O general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, compareceu a uma reunião reservada no Palácio do Planalto neste sábado (2) para participar de uma espécie de “treinamento” para seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as omissões do governo do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia de Covid-19, a chamada CPI do Genocídio.

O encontro aconteceu por fora da agenda do Planalto para poder preparar o general para o depoimento que será dado na próxima quarta-feira (5), na comissão. Ele será o terceiro depoente da CPI, que começará ouvindo os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.

A gestão de Pazuello, que durou de maio de 2020 a março de 2021, foi a mais polêmica do período pandêmico, com recordes sucessivos no número de mortes por Covid. Além disso, ele deverá falar também sobre o atraso na aquisição de vacinas; indicação de remédios sem eficácia comprovada contra a Covid; e o colapso na saúde de Manaus (AM), com falta de cilindros de oxigênio.

O governo teme que a participação do general incendeie a CPI e complique as coisas para Bolsonaro. O treinamento é conduzido pela Casa Civil, comandada pelo general Luiz Eduardo Ramos. Ramos provocou polêmica esta semana e deu mais material para a CPI.

Sem saber que estava sendo gravado, o general disse o seguinte durante reunião do Conselho de Saúde Suplementar: “Tomei [vacina] escondido, né, porque a orientação era para não criar caso, mas vazou. Eu não tenho vergonha, não. Tomei e vou ser sincero. Como qualquer ser humano, eu quero viver, pô. E se a ciência está dizendo que é a vacina, como eu posso me contrapor?”.

“Eu estou envolvido pessoalmente tentando convencer o nosso presidente [a tomar a vacina], independente de todos os posicionamentos. Nós não podemos perder o presidente por um vírus desse. A vida dele, no momento, corre risco – ele tem 65 anos”, disse ainda.

Além dele, outros dois ministros militares tomaram vacina escondido: general Walter Braga Netto, da Defesa, e almirante Bento Albuquerque, de Minas e Energia.

 

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