Mulher é presa em flagrante após fazer aborto em suposta clínica clandestina em bairro nobre

A Polícia Civil prendeu uma mulher de 40 anos, na manhã de quarta-feira, em uma suposta clínica clandestina de aborto, no Jardim Anália Franco, em São Paulo. De acordo com o jornal Folha de S. Pauloela havia acabado de ser submetida ao procedimento, que é ilegal no Brasil. Outras duas pessoas foram presas: o médico Nelson Takara Uchimura, que teve o registro profissional cassado em 2004, e uma enfermeira.

Conforme informações a mulher estava grávida de dois meses.

A Polícia chegou até a clínica clandestina, localizada na Avenida Vereador Abel Ferreira, após uma denúncia anônima. Os abortos eram feitos na sala comercial de um edifício do bairro na Zona Leste da Capital. Um mandado de busca e apreensão foi expedido.

“Quando a gente ingressou na sala, para nossa surpresa, ocorreu o flagrante do momento exato da prática do aborto. A pessoa tinha acabado de realizar o aborto”, afirmou o delegado Milton Burguese de Oliveira à Folha.

Além da mulher, presa por provocar aborto em si mesma ou consentir que outra pessoa o provoque, Uchimura também foi presopor provocar aborto com o consentimento da gestante. Ele é apontado pela Polícia como responsável pelo local, que era apresentado como uma sala de acupuntura.

Registro cassado e recorrência dos crimes

O médico, que já teve o registro cassado, conforme consta no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), já foi preso pelo mesmo crime outras vezes. Dias apontou que em março do ano passado, ele também foi detido em uma suposta clínica de aborto, no bairro Higienópolis.

A situação foi semelhante à desta semana. A Polícia foi até o local após denúncia anônima, e quando chegou ao local, a secretária do estabelecimento afirmou que ali funcionava uma clínica de acupuntura. No entanto, a acompanhante de uma jovem de 25 anos, que estava na sala de espera, afirmou que ela estaria ali para ser submetida a um aborto.

Ao entrar no consultório, a equipe se deparou com uma jovem sedada e parcialmente despida. Quando acordou, informou à Polícia que estava grávida há 16 semanas, e pagou R$ 4 mil via Pix, para fazer o procedimento.

À época, três pessoas que estavam no local acabaram presas, entre elas, a gestante. Já Uchimura, alegou que a submeteria a um procedimento de acupuntura e que desconhecia a prática de aborto.

Em nota, a Secretaria de Segurança de Segurança Pública de São Paulo informou que o caso é investigado pela Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (CERCO), da 5ª Delegacia Seccional, e que o médico cassado já é investigado por outros crimes semelhantes. Ainda segundo a SSP, a paciente foi encaminhada ao Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros, para realizar uma curetagem e permaneceu internada sob escolta policial.

Após a prisão, foi arbitrada fiança às mulheres, mas apenas a enfermeira apresentou o pagamento. Tanto a paciente quanto o médico permanecem presos à disposição da Justiça.

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