Como você pode fraudar a quilometragem do seu carro sem saber

Se nem todos têm conhecimento de que alterar o diâmetro total dos pneus originais caracteriza infração de trânsito (R$ 195,23 e cinco pontos na CNH, conforme a resolução 292 do Contran), quem dirá que isso também implica na adulteração do hodômetro do carro.

As leis de trânsito se preocupam mais com a questão da dirigibilidade originalmente projetada pelo fabricante e com a marcação da velocidade que chega para o motorista. Entretanto, de tabela, ajudam a evitar mais casos de carros com registros de quilometragem que não condizem com a realidade.

Como isso funciona?

Tem muita gente trocando rodas e pneus originais e colocando outros de maior diâmetro. A circunferência passa a ser muito maior, o que indica uma velocidade X no velocímetro, mas o carro está mais rápido do que isso. Exemplo: o motorista vê o velocímetro marcando 98 km/h, mas ele está a 110 km/h. Ele vai ser pego” Marcus Vinícius Aguiar, vice-presidente da AEA.

  • Problema não se limita às maiores possibilidades de multas por excesso de velocidade, uma vez que o hodômetro extrai os dados do velocímetro para determinar o quanto o veículo rodou.
  • Se o automóvel trafegar sempre mais rapidamente do que o que o ponteiro da velocidade mostra, a aferição da distância percorrida sempre será menor. Portanto, nunca será condizente com a realidade. Quanto mais esse carro rodar, mais discrepante o registro ficará do real.
  • Defasagem no registro do hodômetro é consequência direta da alteração do diâmetro para rodas e pneus, o que acaba colocando muitos na posição de fraudadores, mesmo sem saber.
  • Na prática, o dono do veículo com rodas grandes estará fazendo o mesmo que o vendedor pilantra que rebobina a quilometragem de carros mais rodados. As exceções são os poucos condutores que vão atrás de recalibrar a leitura do painel.

Carros com hodômetro adulterado são problema crônico no mercado de seminovos e usados. Há muitos por aí que voltam a quilometragem para que se possa pegar um valor mais alto na venda. O procedimento não é difícil de fazer, especialmente em modelos nacionais ou com menos eletrônica embarcada, bastando apenas ajuste manual dos valores, ou por aparelhos” Alexandre Barros Pinho, sócio-proprietário da oficina WTC Express.

“Por isso, na hora de comprar, sempre vá atrás dos laudos cautelares e investigue outros históricos onde as quilometragens possam estar registradas, como revisões, trocas de óleo, notas de orçamento e serviços, entre outras. Além disso, verifique se o nível de desgaste dos componentes condiz com o que o painel indica”, explica.

Para o Código Brasileiro de Trânsito (CTB), a exceção para os veículos que podem usar pneus maiores do que os originais do carro são os classificados na espécie misto, tipo utilitário.

“Poderão ter alterado o diâmetro externo do conjunto formado por roda e pneu, observadas restrições impostas pelo fabricante e exigências fixadas pelo Contran”, segundo a legislação de trânsito. Ou seja, quem gosta de off-road tem a possibilidade de colocar aquelas rodas parrudas com pneus “carnudos”.

Porém, nem mesmo esses veículos estão livres das discrepâncias entre velocidade do ponteiro e seu respectivo registro do hodômetro, com a sua distância real percorrida.

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