Recorde de mortes no dia aproxima Brasil do grupo dos dez mais afetados

O registro de 114 mortes entre segunda e terça em decorrência da covid-19 colocou o Brasil em um perigoso ranking: o dos países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, o país já registra 667 óbitos em decorrência da doença e um total de 13.717 casos oficiais confirmados. De todos os estados, o único que não contabiliza nenhuma morte é o Tocantins.

O que preocupa na aproximação do Brasil desses países é a confirmação de que a crise gerada pelo novo coronavírus está em curva de crescimento. O Ministério da Saúde anunciou que estima que o Brasil entre daqui um mês na fase de aceleração descontrolada de casos do novo coronavírus — o início desta etapa está previsto para a 19ª semana do ano, ou seja, entre 4 e 10 de maio.

A partir da fase de aceleração, o país deve começar a caminhar rumo ao pico de casos, previsto para o início de junho. A quantidade de casos da doença covid-19 deve começar a desacelerar a partir de meados de junho, na 25ª semana.

A projeção torna ainda mais urgente a preocupação com a escassez de leitos de UTI, equipamentos, a sobrecarga do sistema de saúde como um todo, além dos impactos da pandemia na economia. E, nesse cenário, o Brasil ainda se vê às voltas com debates sobre a eficácia do isolamento social, que é orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), e tem de enfrentar a incerteza sobre a permanência de Luiz Henrique Mandetta como ministro da Saúde.

As próximas três a seis semanas serão desafiadoras não só para o Brasil, mas para toda a América Latina, afirmou a diretora da Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), ressaltando que tudo dependerá do cumprimento das medidas para evitar os contágios e dos recursos disponíveis. “A situação vai piorar antes de melhorar, e todos precisamos estar preparados para as próximas semanas que serão ainda mais difíceis”, afirmou Carissa Etienne, titular do escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em todo o mundo, o avanço da pandemia preocupa pelo volume de vidas perdidas. Liderando o ranking de países mais afetados, a Itália já registrou 16.523 mortes em decorrência da doença, segundo o último balanço do Ministério da Saúde brasileiro. A primeira morte foi registrada no dia 22 de fevereiro e, desde o início de março, o crescimento disparou. O país atingiu o pico no dia 28 de março quando somou, em 24 horas, mais de 900 mortes. Desde então, o país tem visto a desaceleração dessa taxa.

A Espanha, segundo país com o maior número de óbitos, tem 13.798 mortes. O primeiro óbito foi registrado no dia 5 de março, e os casos dispararam na segunda metade de março. O pico foi entre 3 e 4 de abril, quando mais de 900 mortes foram contabilizadas em cada um dos dias. Desde então, o país também vê desaceleração.

A informação é do portal UOL

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