Doente supercontagiante: China diz que 1 pessoa passou coronavírus para 14

As autoridades chinesas investigam uma situação que deve elevar ainda mais o grau de preocupação com o coronavírus, que teve o epicentro em Wuhan, na China. Um paciente da cidade teria infectado ao menos 14 pessoas em um hospital, em um caso que pode ser classificado como de hospedeiro “supercontagiante” (tradução livre do termo em inglês super-spreader).

Zhou Xianwang, o prefeito de Wuhan, expôs o caso durante pronunciamento na estatal CCTV na última semana, segundo reportou a CNN. Ele não deixou claro quando as autoridades perceberam o provável paciente “supercontagiante”. O caso também foi divulgado pela agência de notícias Sina.

À Xinhua, agência de notícias do governo chinês, Gao Fu, chefe do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, afirmou que a tese de “supercontagiante” deve ser refutada porque o paciente foi transferido várias vezes.

Segundo o último balanço oficial, divulgado hoje, a China já contabilizou 7.700 casos e 170 mortes relacionadas à doença; outros 15 países já confirmaram pacientes infectados. Ontem, o ministério da Saúde informou que, no Brasil, foram registrados nove casos suspeitos.

Infectologistas ouvidos pela reportagem apontam que existem algumas possibilidades para que um paciente seja considerado “supercontagiante”. Entre elas, estão fatores genéticos que podem facilitar a multiplicação do vírus —o que também facilitaria sua transmissão—, além de questões que tenham relação com o ambiente no qual a pessoa foi contaminada ou transmitiu o vírus.

Neste conjunto, outra hipótese também é ventilada: o paciente que não apresenta os sintomas e, por conta disso, não toma as devidas precauções.

“O vírus não tem intenção de matar o hospedeiro. Portanto, quanto melhor ele se adaptar ao ser humano, melhor para o vírus. É uma questão de evolução”, explica a médica infectologista Joana D’arc, citando que uma melhor adequação do vírus ao corpo pode ser uma característica de um paciente “supercontagiante”.

Para ela, todavia, é cedo fazer uma análise sobre a transmissão do coronavírus, posto que a doença ainda está sendo estudada e há poucas conclusões a seu respeito. “Ainda estão analisando o período de incubação do vírus, por quanto tempo ele pode ser transmitido, o seu potencial de transmissão”, argumenta. Apesar da aparente rápida disseminação, diz a médica, sua taxa de letalidade é relativamente baixa, pairando em torno de 2%.

A informação é do portal UOL

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