Seguro muito caro? Saiba como manter seu carro protegido gastando menos
Os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) exemplificam o que Nathália Fernandes viveu na pele. Em janeiro de 2021, ele começou a pesquisa pelo carro zero que sonhava, um Volkswagen T-Cross Comfortline. Na época, quando cotou o seguro, estava na faixa de R$ 2,5 mil. “Agora que finalmente comprei o carro, o seguro com a mesma cobertura pulou para R$ 6 mil. Tomei um susto quando vi”, conta.
A solução encontrada por Nathália foi reduzir a cobertura, que antes contemplava roubo, furto, incêndio, colisão com perda total, alagamento e danos materiais a terceiros. “Escolhi um seguro que cobre apenas roubo, furto e incêndio e me dá serviço de guincho, e saiu por R$ 4,8 mil. Mas estou insegura, quando estiver mais folgada, farei um upgrade”, informou.
Em um orçamento feito pela coluna na plataforma Youse, o preço do seguro completo para o carro de Nathalia, que inclui roubo, furto, incêndio, alagamento e danos materiais a terceiros, além de qualquer tipo de colisão e reparos da lataria, seria de R$ 7.455.
A combinação de aumento da criminalidade com o encarecimento do seguro leva os consumidores a buscarem soluções mais econômicas para manter o carro protegido. Separamos as opções mais cotadas do mercado, que têm prós e contras em relação à cobertura tradicional.
1- Reduzir a cobertura
A alternativa encontrada por Nathália, de reduzir a cobertura do seguro, pode ser interessante, desde que os itens contratados façam sentido para o usuário. Quem não utiliza o carro em uma região de alagamentos, por exemplo, pode abrir mão disso na hora de escolher a apólice.
Hoje em dia há seguros que cobrem somente danos materiais e corporais a terceiros, por exemplo. Para um T-Cross 2022, custaria cerca de R$ 60 por mês para danos de até R$ 50 mil. É importante, no entanto, fazer uma análise racional da escolha, já que na hora de reduzir a conta fica fácil eliminar itens importantes, como cobertura de colisões, que podem fazer falta e acabar gerando mais gastos em caso de um sinistro.
2- Seguro por km rodado
Outra opção para reduzir a conta do seguro é contratar uma cobertura por quilômetro rodado, que é calculada de acordo com a distância que o motorista percorre por mês. A modalidade é interessante para quem roda pouco, entre 300 e 400 km por mês, segundo a plataforma de cotação de seguros Youse. Nesse caso, pode-se pagar até 30% menos pelo serviço.
“Quase tudo o que você tem hoje no Seguro Auto, também dá pra ter no Seguro Auto por uso. A principal diferença é que o valor compensa mais para quem usa pouco o carro, porque a cobrança é feita apenas com uma parcela fixa mensal somada com alguns centavos por quilômetro”, explica a empresa.
Nesse caso, a ponderação a se fazer é sobre a quilometragem rodada por mês. Para quem roda muito, pode sair mais caro do que o seguro convencional.
3- Proteção veicular
Quem deixou de ter seguro devido ao alto preço pode encontrar uma alternativa na proteção veicular. Essa modalidade não é oferecida por seguradoras, mas por associações cooperativas, em que cada membro contribui mensalmente para um fundo. Se algum deles sofrer um sinistro, o dinheiro é utilizado para socorrê-lo.
O preço é sempre baseado no custo que a associação teve no mês anterior com os sinistros ocorridos, e costuma ser bem inferior em relação ao seguro, chegando a custar metade do valor apólice. Nesse caso, é importante escolher uma associação com boa reputação no mercado, para ter a certeza de que tem um fundo monetário suficiente para cobrir os sinistros dos participantes.
4- Adaptar seu perfil
José Varanda, coordenador de Graduação da Escola de Negócios e Seguros (ENS), explica que o perfil do motorista influencia muito no preço do seguro. Se há um menor de 25 anos dirigindo o carro, a apólice pode encarecer, o mesmo acontece quando o carro “dorme” na rua ou o carro é muito utilizado. Uma alternativa para segurar o bem contra sinistros, como roubos e acidentes, é mudar de perfil, ou seja, não deixar o filho dirigir o carro ou alugar uma garagem.
No entanto, Varanda alerta que mesmo que o perfil do cliente se enquadre entre os que pagam mais, ainda é mais vantajoso falar a verdade do que mentir.
“Declarações falsas, inexatas ou omissão de informações que possam influenciar no cálculo do seguro e na análise do risco pela seguradora podem gerar a negativa de indenização, em caso de sinistro, e até o cancelamento da apólice”, alerta.