‘Sou uma sobrevivente’, diz jornalista torturada por namorado durante três dias
— Tive que reconstruir meu maxilar e ainda estou muito deformada, mas graças a Deus não corro mais risco de vida. Agora, o que eu posso dizer para as mulheres é: tenham coragem! A vida é muito linda e vale muito a pena enfrentar os nossos agressores. Somos muito mais fortes do que pensamos: basta acreditarmos nessa nossa força e no trabalho da polícia, que foi extremamente ágil, eficiente e cuidadosa. Não somos o sexo frágil, somos o sexo forte, somos imbatíveis! Apesar de a minha família ter desmoronado com tudo que aconteceu, sobrevivi a uma agressão física e a um abuso mental. Hoje, tenho a certeza de que sou uma sobrevivente — relatou a jornalista, em entrevista ao EXTRA.
De acordo com a delegada Natacha Alves de Oliveira, titular da 12ª DP (Copacabana), a jornalista manteve um relacionamento com Fred nos últimos oito meses, período em que ele já demonstrara um perfil violento e manipulador. Ele chegou a agredi-la em 31 de dezembro do ano passado e no dia 26 de abril, ocasião em que começou a ofendê-la com acusações de infidelidade e depois passou a golpeá-la com o cassetete nas pernas, nas costas e na cabeça.
Na manhã seguinte, ao acordar, a vítima tentou gritar por socorro e acabou recebendo um mata-leão por pelo menos três vezes. Fred ainda puxou o cabelo da namorada e arremessou no chão, dando golpes em sua cabeça até ela desmaiar. Na última sexta-feira, ela conseguiu deixar o apartamento e procurar a delegacia.
Contra Fred Henrique Lima Moreira foi cumprido um mandado de prisão temporária. Em seu apartamento, foram apreendidos um cassetete, um soco-inglês e um réplica de pistola. Em sua ficha criminal, há anotações por violência doméstica, tráfico de drogas, associação para o tráfico, porte ilegal de arma de fogo, ameaça e resistência. Ele foi encaminhado ao sistema penitenciário.