
Suraras do Tapajós e Luana Flores unem Amazônia e Nordeste em show inédito em João Pessoa
No dia 20 de março, João Pessoa será palco de um encontro potente entre tradição e inovação musical. O Vila do Porto recebe o espetáculo “Kirĩbasawa Yúiri Yí-itá – A Força que Vem das Águas”, com a apresentação do grupo Suraras do Tapajós, primeiro grupo de carimbó formado por mulheres indígenas, e da multiartista paraibana Luana Flores.
O evento integra um circuito artístico contemplado pelo Programa de Difusão Nacional – Bolsa Funarte de Música Pixinguinha, que promove apresentações musicais e oficinas de carimbó em três estados brasileiros.
O circuito teve início em 2024, no Encontro de Culturas da Chapada dos Veadeiros, e agora chega ao Nordeste, passando por João Pessoa (20/03) e Olinda (22/03). A performance proporciona uma imersão na riqueza musical amazônica, com destaque para o carimbó, manifestação reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde 2014.
As Suraras do Tapajós encantam o público com um espetáculo de dança, música e identidade indígena. No palco, o grupo mantém viva a conexão com a terra ao dançar descalço e entoar cantos ancestrais, acompanhados pelo som de maracas de cuia, curimbós e banjo. Os figurinos trazem cocares, grafismos corporais feitos com tinta de jenipapo, biojoias e adornos tradicionais, reafirmando a força da cultura indígena feminina. A performance também incorpora o ritual do banho de cheiro, uma experiência sensorial amazônica.
Desde 2018, as Suraras vêm ampliando a representatividade das mulheres indígenas na música, abordando temas como ancestralidade, preservação dos povos originários, direitos das mulheres e meio ambiente. Já se apresentaram em festivais como Rock in Rio, Virada Cultural SP e Rec-Beat, dividindo palco com grandes nomes da música paraense, como Dona Onete, Gaby Amarantos e Gang do Eletro.
Dividindo a noite, Luana Flores traz a fusão autêntica entre os ritmos tradicionais do Nordeste e as sonoridades eletrônicas contemporâneas. Percussionista, produtora e compositora, a artista paraibana é uma das vozes de destaque do movimento Nordeste Futurista, que ressignifica as manifestações culturais da região com uma abordagem inovadora.
Oficina de Carimbó – Com percussão e dança para pessoas de todas as idades, as oficinas abordarão um amplo espectro de elementos da cultura musical paraense: a construção dos instrumentos; os toques dos tambores e maracas; a relação da música com a dança; as poéticas das letras das músicas e suas conexões com os saberes e as histórias dos povos locais; as peculiaridades dos diferentes estilos de carimbó, as múltiplas influências entre as diversas expressões da cultura popular amazônica. No encontro os participantes conhecerão a história, danças e também os instrumentos. Estão convidados a participar músicos e bailarinos, experientes ou iniciantes, mulheres, homens e crianças. Músicos experientes poderão trazer também banjo e/ou saxofone para aprender a navegar na linguagem do carimbó.