TRAFICANTE E EVANGÉLICO: Conheça líder de facção que foi preso em resort de luxo

As polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro realizaram uma operação no Complexo de Israel para derrubar um ‘resort de luxo’ do traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, líder da facção Terceiro Comando Puro (TCP). Peixão é apontado como um dos principais nomes do narcopentecostalismo e possui vários mandados de prisão.

Após as Polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro deflagrarem uma operação no Complexo de Israel, na Zona Norte da capital fluminense, para derrubar um “resort de luxo” construído por um traficante que lidera a facção Terceiro Comando Puro (TCP), o nome do responsável pela organização criminosa ganhou as redes sociais. Além dos mandados de busca e apreensão desta terça-feira, 11, em endereços ligados a Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, ele possui ao menos nove mandados expedidos contra ele entre abril de 2016 e maio de 2018, de acordo com o Portal dos Procurados e é um dos principais nomes do fenômeno do narcopentecostalismo.

A ação foi composta por policiais civis da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), responsável pelas investigações; da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA); da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE); e por policiais militares do Comando de Operações Especiais (COE). O Complexo de Israel é um agrupamento de favelas que engloba os bairros de Parada de LucasVigário GeralCidade Alta e comunidades vizinhas.

De acordo com o Disque Denúncia, Peixão responde pelos crimes de tráfico de drogasassociação para a produção e tráfico corrupção ativa.

Quem é Peixão

Peixão é um dos líderes do Terceiro Comando Puro (TCP), uma das principais facções criminosas do Rio de Janeiro. Ele se autodenomina um “traficante evangélico” e justifica sua violenta expansão territorial como uma missão divina para “libertar” comunidades.

O criminoso se consolidou no tráfico dominando territórios na Zona Norte do Rio, principalmente em Parada de Lucas e Cidade Alta, e comandando uma rede de crimes que envolve tráfico de drogas, roubo de cargas e ataques a facções rivais. Suas propriedades, como a mansão de luxo e o resort clandestino, eram financiadas com dinheiro ilícito e serviam de base para suas atividades criminosas.

Em fevereiro deste ano, a mansão de Peixão em Parada de Lucas foi tomada pela polícia, durante a Operação Torniquete. O imóvel já havia sido alvo de operações anteriores e contava com uma piscina, área de lazer e uma Estrela de Davi esculpida sob uma cascata, o que, na época, reforçou a conexão do traficante com a autoproclamada “missão evangélica”.

Em 2024, Peixão decidiu que as igrejas católicas de Brás de Pina e Parada de Lucas não poderiam mais celebrar missas, casamentos ou batizados. O número de outras denúncias de intolerância religiosa ligadas ao narcopentecostalismo cresceu na região.

Nos últimos anos, Peixão tem sido alvo de diversas operações policiais. Em outubro de 2016, O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a 58º DP (Posse) deflagraram a Operação Boi da Cara Preta, que cumpriu mandados de prisão preventiva contra quatro policiais militares, um policial civil e outras 19 pessoas envolvidas com o tráfico de drogas em Nova Iguaçu, Mesquita e região.

A operação visava desarticular a quadrilha que atua na comunidade do Buraco do Boi, em Nova Iguaçu, e que era liderada por Peixão e outras duas pessoas. Além dos envolvidos, foram identificadas 10 crianças e adolescentes que atuavam como vapores, olheiros e sintonias.

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