O HOMEM LENDÁRIO: Preso na Calvário o empresário Pietro Harley que esteve inume por quase 10 anos e que continuava a operar em licitações na Paraíba

Uma nova etapa da Operação Calvário é realizada pelo Gaeco/MPPB (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba), na manhã desta quinta-feira (4).

Mesmo sendo uma nova etapa, um dos mandados de prisão foi para pegar uma criatura quase “lendária”. Entre os mandados, 3 são de prisão e têm como alvo o irmão do ex-governador Ricardo Coutinho, Coriolano Coutinho, o ex-presidente estadual do PSB/PB, Edvaldo Rosas e o empresário campinense Pietro Harley Dantas Félix.

Pietro pode parecer aos desavisados um nome “novo” nos escândalos, mas de acordo com documentação extensa e denúncias ao MP sempre esteve envolvido nos “problemas” das gestões de Ricardo Coutinho. Os capítulos da história dos dois são vários, mas o Caso dos Livros, ganhou repercussão nacional quando uma matéria saiu na revista Época.

Entra em cena o personagem Daniel Cosme Gonçalves, empresário que denunciou um esquema criminoso. Na reportagem Daniel diz que a empresa do qual ele é proprietário venceu, em janeiro de 2010, uma licitação para fornecer livros para o executivo municipal, que na época era administrada por Ricardo Coutinho, mas não recebeu o pagamento, de R$ 2,3 milhões. Segundo ele, o dinheiro teria sido desviado para a campanha de Ricardo ao governo. Daniel afirma que o representante da sua empresa, a New Life, Pietro Harley, sacou o dinheiro pago pela prefeitura e entregou uma parte ao grupo político do governador.

Em 2012, Pietro foi detido também numa quinta-feira, também no dia 04, do mês de junho, durante uma operação da Polícia Federal, solicitada pela Justiça de Taperoá. De acordo com a PF, o empresário foi recolhido no final da tarde e permaneceu na Penitenciária Padrão, em Campina Grande.

Mas após esse episódio e tendo um novo mandado de prisão expedido em 2014, Pietro não se acovardou e continuou fazendo o que sabia fazer de melhor: vencendo licitações. O que pode gerar espanto é que o empresário não fugiu, ou se escondeu. Concorria (e vencia) em licitações em prefeituras da Paraíba, mas mesmo assim, continuava incógnito. Ele era dono de empresas, mas ninguém o via, nem sabia onde estava. Uma verdadeira lenda.

O fim da história pode ter acontecido nessa quinta. Os locais que foram alvos da Operação Calvário já estavam sendo monitorados há meses pela equipe de investigação do Gaeco. A casa de Pietro, em Camboinha, recebia visitas constantes de políticos e jornalistas.

 

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