Última bruxa de Salem é inocentada depois de 329 anos: “Provavelmente tinha doença mental”

Agora é oficial: Elizabeth Johnson Jr. não foi uma bruxa.

Até a semana passada, a residente de Andover, Massachusetts, que durante os julgamentos das bruxas de Salem confessou ter praticado bruxaria, era a única pessoa condenada nos julgamentos que ainda não havia sido absolvida.

Ela foi inocentada na última quinta-feira, 329 anos depois de ser condenada, num ato que foi incluído num orçamento estadual de US$ 53 bilhões assinado pelo governador Charlie Baker. Sua absolvição foi fruto de um esforço de lobby feito ao longo de três anos por uma professora de educação cívica e sua turma de alunos da oitava série, além de uma senadora estadual que ajudou a defender a causa.

“Estou emocionada e aliviada”, disse Carrie LaPierre, a professora do colégio North Andover, “mas decepcionada porque não pude conversar com os alunos sobre isso”, porque eles estão de férias. “Foi um projeto tão importante”, disse ela. “Os alunos e eu a chamamos E.J.J. Ela passou a fazer parte de nosso mundo, de certo modo.”

São conhecidos apenas os fatos mais gerais da vida de Elizabeth Johnson. Ela tinha 22 anos quando foi acusada, é possível que tivesse uma deficiência mental e nunca se casou ou teve filhos, fatores que podiam converter uma mulher em alvo nos julgamentos, disse LaPierre.

O governador do Massachusetts na época concedeu um indulto a Johnson, livrando-a da pena de morte, e ela morreu em 1747 aos 77 anos de idade. Mas, diferentemente de outras condenadas nos julgamentos, Johnson não teve descendentes conhecidos que pudessem ter procurado limpar seu nome.

Os esforços anteriores para absolver pessoas condenadas por bruxaria não incluíram Johnson. Segundo historiadores, a omissão pode ter se devido a uma confusão administrativa: sua mãe, que tinha o mesmo nome, também foi condenada, mas foi absolvida antes.

O esforço para inocentar Johnson foi um projeto dos sonhos para sua turma de educação cívica da oitava série, disse LaPierre. Isso lhe permitiu ensinar seus alunos sobre métodos de pesquisa, incluindo o uso de fontes primárias; sobre o processo pelo qual um projeto de lei se converte em lei e sobre maneiras de entrar em contato com legisladores estaduais.

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