Vai negociar dívida? Dicas simples ajudam a reduzir o valor e pagar débito
Ninguém gosta de ficar com o nome sujo na praça, sem limite de crédito ou recebendo ligações de cobrança. É preciso fazer algo e negociar suas dívidas para sair dessa situação.
Especialistas dão dicas para você colocar seu orçamento em dia o mais breve possível.
Por onde começar a negociação de dívidas
Para Josilmar Cordenonssi, professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a negociação de dívidas começa com o conceito básico de tomar as rédeas de seu orçamento. É necessário fazer o seguinte:
- Saber o que você gasta mensalmente
- Reduzir o consumo não essencial, como restaurantes
- Preparar-se para gastos previsíveis e inesperados.
Depois disso, organize as informações em planilhas e defina o valor mensal que pode comprometer com o pagamento da dívida.
Preparação psicológica
É necessário preparar-se psicologicamente para este momento. Aguardar em linhas telefônicas, digitar ramais e ser transferido é algo que pode tirar alguém do sério. Por isso, Allan Inácio, professor de finanças na PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), aconselha a blindagem emocional.
A pessoa precisa ter tranquilidade e paciência para falar com o credor e estabelecer algum tipo de negociação das dívidas e dos juros. Sem isso, ela terá mais empecilhos no cumprimento de seu objetivo.
Allan Inácio
Pechinche, mas saiba os limites
Após os passos anteriores, inicie a negociação.
Comece procurando negociar o valor da dívida diretamente com o credor que concedeu o crédito, pois muitas vezes as empresas repassam as dívidas para empresas recuperadoras. Não que isso seja ruim, mas em geral a chance de conseguir maiores descontos é menor.
Allan Inácio
Um dos pilares da negociação é chegar a um valor aceitável para ambas as partes.
Durante a negociação, coloque em questão o financiamento para baixar os juros que já estão embutidos na dívida. Quando alguém deixa de pagar uma dívida, naturalmente as empresas vão colocar juros, por isso é importante negociar ao máximo.
Allan Inácio
Mas a pechincha tem limites.
Não há nada de errado em pechinchar. Entretanto, insistir demais em conseguir alguma concessão pode ser ineficaz. Há momentos em que é melhor pedir um tempo do que insistir.
Josilmar Cordenonssi
Parcelar nem sempre é o caminho
É melhor parcelar ou pagar a dívida à vista? Em qualquer opção, a regra é clara: corra dos juros.
Se a taxa de juros embutida for maior do que a sua dívida, é melhor pagar à vista, mesmo que demore um pouco para juntar dinheiro diz Se os juros forem menores, é melhor pagar a prazo.
Allan Inácio diz para expor suas finanças ao credor. “Busque alternativas de pagamentos, seja honesto sobre sua situação para encontrar um meio termo atrativo para ambos.”
Esperar a dívida ‘caducar’?
Vale a pena deixar a dívida caducar, quer dizer, não pagar nada por cinco anos? Segundo os especialistas, o feito realmente faz com que o nome da pessoa saia de órgãos como SPC e Serasa. Porém, não existe milagre.
Não é viável. A pessoa vai ficar anos com nome sujo e restrições. Além disso, a dívida só caduca para o sistema de crédito, não para o credor. Dependendo do credor, essa informação pode até se espalhar para outras empresas e acabar restringindo o crédito à pessoa em muitos lugares futuramente.
Allan Inácio
Josilmar Cordenonssi diz que, se a dívida for com uma instituição financeira, o registro fica permanentemente no Banco Central e dificilmente o devedor conseguirá obter financiamento (para moto, carro, apartamento) em algum outro banco.
E depois da dívida negociada?
Uma vez que esteja com a dívida negociada, é importante honrar os vencimentos. Isso porque atrasos podem dar fim aos acordos firmados, fazendo com que a pessoa tenha que reiniciar o processo de negociação. A empresa credora pode não ser tão “amigável” novamente.
“Não faça parcelas que não possa pagar”, orienta Allan Inácio.