
Veto da Índia pode custar ao TikTok mais de 6 bilhões de dólares
O grupo chinês de tecnologia ByteDance, que desenvolveu o TikTok, pode sofrer perdas superiores ao equivalente a 6 bilhões de dólares, depois do aplicativo de vídeos ter sido bloqueada na Índia.
Com mais de 120 milhões de utilizadores, a Índia é o maior mercado do TikTok após a China.
Violentos confrontos ocorridos, no mês passado, entre tropas dos dois países, nas montanhas dos Himalaias, resultaram na morte de pelo menos 20 soldados indianos.
Analistas preveem que a tensão entre os dois países vizinhos acelere a cooperação entre Nova Delhi e os Estados Unidos, e outros parceiros estratégicos, visando contrariar a crescente assertividade da política externa chinesa.
Na Índia, o TikTok foi baixado 611 milhões de vezes, no primeiro trimestre de 2020, quase o dobro do total registrado em 2019.
Na segunda-feira, o executivo indiano anunciou o bloqueio dos aplicativos chineses, por serem “prejudiciais à soberania e à integridade” do país.
As autoridades asseguram que aqueles aplicativos são usadas para “roubar e transmitir clandestinamente e sem autorização dados dos utilizadores para servidores localizados fora da Índia”.
A recolha de dados é usada para “criar perfis de elementos hostis à segurança e defesa nacionais” da Índia e, portanto, constitui uma “profunda preocupação que requer ação imediata”, defendem.
O diretor do TikTok na Índia, Nikhil Gandhi, anunciou em comunicado que vai reunir com as autoridades para abordar o assunto e defendeu que a empresa cumpre todos os requisitos da lei indiana e que não compartilha informações com o Governo chinês.
A ByteDance – que possui cerca de 2.000 funcionários na Índia – anunciou em abril do ano passado um investimento equivalente a 900 milhões de dólares no mercado indiano, durante os próximos três anos.
A empresa abriu ainda centro de dados para armazenar localmente as informações dos seus utilizadores indianos.
A embaixada da China em Nova Delhi considerou a decisão “seletiva e discriminatória”.
A China é a maior defensora do conceito de “soberania do ciberespaço”, pelo que exclui vários órgãos de comunicação ou portais estrangeiros, incluindo Facebook, Twitter ou Instagram, da rede chinesa, a maior do mundo, com cerca de 710 milhões de usuários.